Alemanha e UFMG discutem novas parcerias na SBPC

O reitor Jaime Ramírez (no centro) recebeu dirigentes de entidades e universidades alemãs. Foto: Foca Lisboa/UFMG

* Centro Alemão de Ciência e Inovação

Com 90 anos de atuação, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) começa a traçar os rumos das próximas décadas: aumentar a internacionalização. Dentre os parceiros para este futuro, a Alemanha está no topo da lista, afirmou Jaime Arturo Ramírez, reitor da UFMG, em reunião com a delegação alemã durante a 69ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) na quarta-feira, 19.

“Reconhecemos o papel e importância da Alemanha no desenvolvimento da ciência e de todas as áreas do conhecimento”, afirmou o Ramirez. A instituição, que sedia o evento da SBPC neste ano, mantém atualmente 40 acordos com universidades alemãs – a maior parte deles focada no intercâmbio.

A próxima parceria deve ser firmada com a Universidade de Münster. A cooperação com a UFMG deve incluir, além de intercâmbio de estudantes e pesquisadores, seminários, summer schools, projetos de ensino e pesquisa. “A assinatura do acordo em nível institucional está em fase de negociação com duas universidades”, complementou Anja Grecko Lorenz, do escritório do Centro Brasileiro da Universidade de Münster.

A diretora do Centro Alemão de Ciência e Inovação (DWIH), Martina Schulze. Foto: Foca Lisboa/UFMG

Martina Schulze, diretora no Brasil do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD), destacou que a Alemanha trabalha com universidades de destaque, com boa qualidade de ensino. Por isso, o país busca aproximação com instituições no Brasil. “A UFMG faz parte deste grupo, pois tem um perfil interessante e ótimos cursos de pós-graduação, além de ter muitos alunos que já estão estudando alemão”, afirmou Schulze.

Possíveis modelos

Uma das modalidades de cooperação que podem ganhar reforço segue um modelo bem-sucedido com a França. Em vigor há quatro anos, as Cátedras Franco-Brasileiras na UFMG promovem a troca de professores visitantes entre instituições dos dois países.

“Nós temos programas de pós-graduação de base bastante sólida, portanto, evoluímos para um outro patamar de cooperação, que é a troca, e não simplesmente a compra de cursos para os nossos docentes no exterior, como foi no passado”, comentou Fábio Alves da Silva Júnior, diretor de Relações Internacionais da UFMG.

Segundo Silva, as novas cooperações devem seguir dois princípios: complementaridade e reciprocidade. Ou seja, a universidade no exterior tem que estar disposta a oferecer uma contrapartida financeira. Para viabilizar projetos futuros, o Centro Alemão de Ciência e Inovação – São Paulo (DWIH-SP) se dispôs a colaborar. “As universidades poderão contar com a nossa plataforma que reúne instituições de ensino e pesquisa”, reforçou Márcio Weichert, coordenador do DWIH-SP.

Resultado da política de internacionalização do Ministério das Relações Externas da Alemanha e do Ministério de Educação e Pesquisa, o DWIH-SP foi criado em 2009 para aumentar a visibilidade do país europeu como polo científico e tecnológico. “Com as cooperações, nosso objetivo é fortalecer a pesquisa de ponta, de alto nível, feita no Brasil e na Alemanha, com benefícios para ambos os países”, afirmou Martina Schulze, do DAAD.

*Este espaço é aberto a colaborações jornalísticas produzidas por instituições que participam da 69ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC)