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Nº 1348 - Ano 28 - 09.05.2002

ICEx promove Olimpíada Mineira de Matemática

  Competição envolve milhares de alunos dos ensinos médio e fundamental

Carla Maia

em salto a distância nem natação, muito menos futebol. O
estudante Diogo dos Santos Suyama, de Belo Horizonte, é medalha de ouro em Matemática. Ele foi o primeiro colocado na Olimpíada Mineira de Matemática em 2001 e ficou com a prata na competição nacional. Em junho, milhares de estudantes dos ensinos fundamental e médio tentarão repetir o feito de Diogo na competição. A Olimpíada Mineira é um projeto de extensão do departamento de Matemática da UFMG, em parceria com as universidades federais de Juiz de Fora e Viçosa.


"Nosso objetivo é detectar e incentivar jovens talentos ainda na escola básica, além de estimular o interesse dos alunos e contribuir para o ensino da Matemática", explica o professor Leopoldo Grajeda Fernandes, coordenador do projeto. Segundo ele, a Olimpíada é um bom momento para ampliação do conhecimento, uma vez que ela ultrapassa o conteúdo curricular das escolas. "Muitas escolas organizam grupos de estudo de Matemática para reunir os alunos interessados em participar da competição", afirma o professor.

A competição mineira é classificatória para a Olimpíada Brasileira de Matemática, que acontece desde 1979 e é organizada pela Sociedade Brasileira de Matemática (SBM). As provas são realizadas em escolas cadastradas, e qualquer instituição de ensino pode registrar-se pela Internet (www.obm.org.br/form.htm). Os alunos não precisam de inscrição prévia, e não há limite de participantes, bastando comparecer a uma escola cadastrada para fazer a prova da 1ª fase, de acordo com sua categoria: nível 1, para os alunos de 5ª e 6ª séries; nível 2, para os de 7ª e 8ª; nível 3, para os alunos do ensino médio; e nível 4, para universitários, categoria criada no ano passado. A competição é dividida em três fases, com grau crescente de dificuldade. Os mais bem classificados na primeira etapa são selecionados para as fases seguintes. "As provas cobram mais que domínio de conteúdo. Elas apresentam problemas que exigem raciocínio e criatividade", afirma Leopoldo Fernandes. Os estudantes de melhor desempenho recebem prêmios e certificados.

Outros projetos

Além da Olimpíada Mineira, o departamento de Matemática oferece outros projetos de extensão, destinados a alunos e professores dos ensinos fundamental e médio e financiados pela UFMG, com apoio de instituições como o CNPq e a Sociedade Brasileira de Matemática. Entre eles, destaca-se a Assessoria a Professores de Matemática do Ensino Fundamental e do Ensino Médio (APEFM), serviço gratuito que busca solucionar dúvidas de professores de Matemática relacionadas ao seu cotidiano profissional. Segundo Leopoldo Fernandes, a dificuldade está no fato de a maioria dos professores de escolas do interior não terem acesso à Internet, meio mais rápido e barato para tirar dúvidas. "Estamos tentando patrocínio para criação de uma linha 0800, que facilitaria bastante o atendimento aos professores", afirma.

O departamento de Matemática também oferece oficinas gratuitas de utilização do computador no ensino de geometria básica. As oficinas são realizadas no Laboratório de Recursos Computacionais do ICEx e buscam capacitar professores do ensino básico ao uso do software Cabri-Géometre, ferramenta usada na área de Geometria Plana. "Os professores precisam se familiarizar com o computador, para aproveitar todas as facilidades pedagógicas que ele oferece", defende Fernandes. Além das oficinas e da assessoria, o departamento de Matemática da UFMG põe à disposição de professores e alunos o seu laboratório-modelo de ensino de Matemática, com biblioteca especializada, videoteca e jogos educativos. As visitas devem ser agendadas na secretaria do departamento.

Para o professor Leopoldo Fernandes, a UFMG tem muito a contribuir para o ensino de Matemática: "Ele vem caindo de qualidade nos últimos anos". Um processo que atribui à falta de capacitação dos professores, provocada pela má formação oferecida pela maioria das faculdades, que "não conseguem ultrapassar o conteúdo do segundo grau". Além disso, é elevado o número de professores que não são formados em Matemática, sendo que muitos não possuem sequer o terceiro grau completo em outras áreas. "Os baixos salários e a formação deficiente dos professores são fatores que dificultam o ensino da Matemática. A própria ONU já apontou para a necessidade de investimentos na área", conclui o professor Fernandes.

24ª Olimpíada Brasileira de Matemática

Níveis 1, 2 e 3 Primeira fase: sábado, 8 de junho de 2002

Nível universitário
Primeira fase: sábado, 14 de setembro de 2002

Organização: Departamento de Matemática - ICEx
Endereço eletrônico: www.mat.ufmg.br

Telefones: (31)3499-5970 / 5971 / 5959