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Nº 1413 - Ano 29 - 23.10.2003
Obras no quarteirão central ficam prontas em três meses

Intervenções pretendem solucionar antigos problemas de tráfego no campus

Ana Rita Araújo

Os sacos de areia espalhados pelo quarteirão 7 do campus Pampulha começam a ser substituídos pelos canteiros, rótulas, rampas e placas que demarcam o novo sentido do trânsito no local. As obras, iniciadas no último dia 13, demonstram que a mudança implantada é definitiva, já que os resultados são “satisfatórios”, na avaliação do diretor do Departamento de Planejamento Físico e Obras (DPFO), engenheiro Francisco Diniz Alves. O quarteirão 7, localizado no “coração do campus”, circunda os prédios da Biblioteca Central, ICB, ICEx e Praça de Serviços.


O vigia Bruno Cordeiro orienta motorista que passa pelo local

Os engarrafamentos ocorridos nos primeiros dias após a mudança, em meados de setembro, foram amenizados, e hoje há retenção no trânsito apenas próximo às paradas de ônibus. Problema que, segundo Francisco Diniz, será solucionado com a construção de baias para embarque e desembarque. Ele explica que, para alguns trechos em que havia dúvidas quanto à melhor forma de funcionamento, como a rótula da Física (ICEx) e as paradas de ônibus, as soluções já foram pensadas e logo estarão implantadas.

Polêmica

A implantação do sentido único em volta do quarteirão central teve por finalidade melhorar o tráfego na região, uma das mais movimentadas do campus Pampulha. Mas, se para os planejadores a alteração mostra bons resultados, para muitos usuários o assunto ainda precisa ser melhor discutido com a comunidade universitária. O servidor Carlos Henrique Pacheco, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), acredita que a facilidade com que os ônibus agora transpõem determinado trecho próximo ao ICB poderia ter sido conseguida com a simples proibição de estacionamento no referido quarteirão.

“Para atingir um ponto positivo – melhorar a passagem dos ônibus – vários problemas foram criados”, diz. Pacheco afirma que, com a mão única, os motoristas têm dirigido em alta velocidade. E, ao forçar os motoristas a darem a volta completa no quarteirão, amplia-se o tempo durante o qual cada veículo permanece no campus, aumentando o número de automóveis em circulação. “Isso piora o tráfego”, deduz.

A manutenção do estacionamento nos dois lados da pista, em todas as ruas do quarteirão central, também vem sendo alvo de críticas pelos usuários. “Esta foi uma decisão do Conselho de Diretores, com o objetivo de preservar as 300 vagas existentes no quarteirão, mesmo que isso tornasse o fluxo um pouco mais lento“, justifica o diretor do DPFO, ao lembrar que há escassez de vagas para estacionamento no campus, sobretudo em volta da área central.

O vigia Leonardo Mendes, que tem permanecido diariamente na confluência das ruas Professor Baeta Viana com Professor Eduardo Frieiro (esquina da Reitoria com estacionamento do ICB), afirma que agora as reações dos motoristas têm sido mais brandas. Ele conta que, nos primeiros dias, quem vinha da avenida Abrahão Caran em direção à Praça de Serviços não aceitava a idéia de dar a volta inteira no quarteirão, por não poder mais virar à esquerda. Apesar da advertência, muitos entravam na contramão. “Agora, os poucos que vêm na contramão se desculpam, dizendo que não sabiam da mudança”, comenta Leonardo.


   José Roberto: volta de mais
de um quilômetro

Já o vigia Bruno Cordeiro, que trabalha entre a Biblioteca Universitária e a Praça de Serviços, diz que são inúmeras as reclamações que recebe diariamente dos motoristas que entram no campus pela avenida Mendes Pimentel e gostariam de dobrar à esquerda em frente à Praça de Serviços.

Insatisfeitos também estão os usuários dos estacionamentos fechados que circundam a Biblioteca e o ICB. “Por causa de 20 metros de mão única, sou obrigado a andar mais de um quilômetro ao tirar meu carro do estacionamento e sair do campus pela avenida Abrahão Caran”, reclama o servidor José Roberto da Silva.

Trânsito pesado

Apesar de satisfeito com as mudanças implantadas, o diretor do DPFO afirma que a medida não resolverá o problema do excesso de automóveis em circulação no campus. “Há um trânsito muito pesado, principalmente entre 7h15 e 8h15 da manhã, horário em que a maior parte das pessoas chega à Universidade. E isso tende a permanecer”, avalia, ao lembrar que este assunto diz respeito ao planejamento do campus como um todo.

Quanto às obras que consolidarão o novo fluxo, Diniz informa que a empresa Tectum, contratada para realizar o serviço, terá o prazo de 90 dias para construir baias, canteiros e implantar a sinalização adequada.