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Nº 1418 - Ano 29 - 27.11.2003


UFMG que te quero verde

Jurandira Gonçalves
Trabalho de Divisão do DPFO mantêm bem-cuidado o campus Pampulha, um dos mais belos do país

 

umento da densidade e da biodiversidade nas matas do campus Pampulha, aproveitamento de 90% das espécies plantadas em 2002, mais de 1.300 mudas plantadas esse ano e redução considerável do índice de morte de espécies da mata nativa. Esses alguns resultados do bem-sucedido trabalho da Divisão de Áreas Verdes da UFMG, ligada ao DPFO/DM (Departamento de Planejamento Físico e Obras/Departamento de Manutenção), que contribui para manter bem-cuidado o campus da Pampulha, considerado um dos mais belos do país. Entre os objetivos dos trabalhos estão a garantia de conforto e segurança à comunidade, a preservação das áreas verdes do campus, a aceleração do processo de regeneração e adensamento das matas e a contribuição para o enriquecimento da diversidade das espécies vegetais e animais.

As ações da Divisão de Áreas Verdes são orientadas por um planejamento atento às particularidades de cada estação. “Na época da seca (outono e inverno), são cortadas as espécies indesejadas e preparadas as covas e mudas, que serão plantadas em épocas de maior umidade. O trabalho de limpeza é feito prioritariamente nos períodos em que chove pouco. Já na primavera e no verão, direcionamos esforços para o plantio e controle da grama”, detalha o engenheiro Geraldo Mota, coordenador da Divisão.

Outra ação importante é a manutenção dos aceiros, que facilitam o acesso ao interior das matas e garantem proteção contra queimadas e acidentes. Os caminhos funcionam como barreiras físicas à propagação do fogo. “Se ocorrer um incêncio nos arredores da UFMG, esses caminhos impedem que o fogo se espalhe para dentro das nossas matas. Mas caso um foco de incêndio seja detectado, ou alguém se perca na mata, os aceiros facilitam o acesso de equipes de combate ao fogo ou de resgate”, afirma Geraldo Mota. O fato de nenhum incêndio ter sido registrado este ano na área verde da UFMG, uma das maiores de Belo Horizonte, é um indicador do sucesso do trabalho da equipe. Para se ter uma idéia, em 2003, um dos mais secos dos últimos anos, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais registrou cerca de 3.200 incêndios em áreas verdes do estado.

Mata nativa

Mais da metade da área do campus da UFMG é de cobertura vegetal nativa. Essa vegetação é distribuida em fragmentos formados pelo processo natural de regeneração da área, iniciado após a construção do campus Pampulha, do estádio Mineirão e do ginásio Mineirinho.
Segundo Geraldo Mota, os fragmentos enfrentam mais problemas para se desenvolver do que uma grande mata, devido ao chamado “efeito borda”. Isso porque, nas bordas das matas, há um excesso de exposição e luminosidade que favorece o crescimento de espécies agressivas, como trepadeiras, gramíneas e bambus, que competem vigorosamente com os arbustos e árvores que formam a vegetação nativa.

Para combater esse fenômeno, a equipe de áreas verdes da UFMG vem desenvolvendo um trabalho de limpeza das bordas e eliminação seletiva das espécies prejudiciais ao desenvolvimento dos fragmentos. Esse processo é complementado pela reintrodução de mudas nativas ou introdução de espécies de interese ecológico, científico e cultural, como mogno, sapucaia, jequitibá, ipês e quaresmeiras. “Também plantamos espécies frutíferas que contribuem para a sobrevivência da avifauna local, ” acrescenta Geraldo Mota.

Campus 2000

As novas edificações do projeto Campus 2000 provocarão um significativo impacto ambiental na UFMG. Para minimizar as perdas são realizados planos e relatórios periódicos de controle ambiental, apresentados à secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Segundo Ana Marques, arquiteta do Campus 2000, o impacto sobre a paisagem do campus não será tão grande, pois a maioria das obras será erguida em áreas sem cobertura vegetal. “No aspecto estético, o impacto é até positivo. O problema está no aumento da circulação de pessoas no campus. Mas estamos atentos a isso e preparamos um plano de circulação”, informa a arquiteta.

Em parceria com a Divisão de Áreas Verdes, a equipe de especialistas do Campus 2000 desenvolve um projeto de compensação ambiental. “Antes de retirarmos a cobertura vegetal na área em que o prédio será construído, extraímos o maior número possível de mudas, que serão posteriormente utilizadas no próprio projeto paisagístico da unidade”, comenta Geraldo Motta.

 

Caminhos criados em volta dos fragmentos florestais e no interior deles. São faixas de área sem cobertura vegetal, constantemente limpas.

 

 

O verde no campus


Área total do campus: 340 hectares
(o correspondente a 340 campos de futebol das dimensões do Mineirão)

Cerca de 200 hectares de vegetação nativa;

70 hectares de estação ecológica; 50 hectares de área gramada e bosques;

Mais de 1300 mudas plantadas em 2003;

Poda anual de mais de 10 mil árvores.