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Nº 1533 - Ano 32
01.06.2006

TV UFMG estréia estúdio

s gravações das chamadas da próxima edição do programa Realidades marcaram,no dia 26 de maio, a estréia do novo estúdio da TV UFMG, instalado no subsolo da Reitoria. O espaço conta com cerca de 340 metros quadrados e inclui área de gravação, espaço para três ilhas de edição, ambiente de redação e produção, banheiros com camarim, sala de mapeamento de fitas e cabine de gravação de off.

No ar há sete anos e com programação regular desde meados de 2002, a TV UFMG (canal 12 na Net e canal 14 na Way TV) funcionou, até o momento, no Centro de Comunicação (Cedecom) da UFMG, no térreo da Biblioteca Universitária (BU). Segundo o diretor-assistente do Cedecom, Marcílio Lana, o novo estúdio permitirá que o trabalho da TV seja ampliado e aprimorado. “Nossos profissionais terão condições mais adequadas de trabalho”, ressalta Lana.
Eber Faioli

O programa que estréia o uso dos novos espaços da TV UFMG discutirá a relação entre o homem contemporâneo e o trabalho, numa perspectiva multidisciplinar. Durante 30 minutos, o programa jornalístico abordará temas controversos, como o consumo de drogas pelos trabalhadores. Editado por Marcílio Lana, o Realidades é apresentado pela estudante Silvia Dalben, do curso de Comunicação Social, contando, ainda, com a produção de Bernard Machado, cinegrafia de Rogério Fidelis e Hélio Eduardo de Ávila e edição de arte de Osger Machado.

O Realidades vai ao ar neste domingo, dia 4 de junho, às 20h30, com reprises na segunda-feira (dia 5), às 22h, terça (6), às 19h15, sexta (9), às 17h15, e sábado (10), às 15h.

O desafio de salvar a biodiversidade

Especialista em gestão ambiental diz que unidades de conservação são estratégicas para preservar os ecossistemas

Maurício Guilherme Silva Jr.


nquanto o homem aumenta os seus domínios sobre a Terra – ele ocupa um terço da superfície do planeta em cidades ou comunidades rurais –, o índice de espécies em risco de extinção aumenta na mesma proporção. “Isso mostra que é vital criar áreas de proteção ambiental. Sem controle, em muito pouco tempo não haverá, por exemplo, a Amazônia de hoje”, alertou o professor Gustavo Fonseca, do departamento de Zoologia do ICB, um dos mais respeitados gestores ambientais do mundo.

Sua preocupação foi compartilhada com uma platéia de cerca de 200 estudantes e professores do ICB que assistiram à palestra Conservação da biodiversidade em um mundo globalizado: desafios e prioridades, no dia 24 de maio. Fonseca, que foi presidente da International Conservation (IC), entidade especializada em conservação ambiental presente em 44 países, disse que os cientistas precisam pensar estrategicamente “o que”, “onde” e “como” preservar. A partir dessas definições, torna-se possível implantar sistemas de unidades de conservação. “Eles buscam proteger as espécies e a biodiversidade, conservar funções e serviços ecossistêmicos e impedir o uso predatório de recursos naturais”, comentou o ambientalista, ao apresentar os principais elementos do planejamento sistemático de preservação, diferenciando conceitos como “representatividade” e “priorização”. “O primeiro define o que queremos conservar. O outro diz respeito ao que deve ser priorizado por estar em processo de iminente extinção”, completou.

Segundo Fonseca, a implantação de áreas de conservação deve estar condicionada ao que chama de “taxa de insubstitubilidade de espécies”, indicador usado para definir prioridades de preservação. O professor também discorreu sobre o conceito de extinção. Segundo ele, o animal que vive em diversas partes do planeta e desaparece de determinada região não é extinto globalmente. “É o que chamamos de extinção local”, explicou. Já a extinção global, acrescentou, ocorre quando determinada espécie, típica de área específica, desaparece daquele ecossistema.

O ambientalista lembrou que o compromisso com a construção de sistemas representativos e abrangentes de áreas protegidas surgiu em 1992, durante a Conferência Mundial do Meio Ambiente, a ECO 92, no Rio de Janeiro. Foi neste encontro, onde se reuniram mais de 17 mil representantes de 172 governos, 108 chefes de estado e 2,4 mil ONGs, que “houve uma definição em torno de uma agenda de unidades protegidas”.

Carreira
Biólogo formado pela Universidade de Brasília, em 1978, Gustavo da Fonseca é mestre e doutor pela Universidade da Flórida. Sua tese de doutorado ganhou, em 1988, o prêmio Rodolpho von Iheringi, concedido pela Sociedade Brasileira de Zoologia, como a melhor do ano. Pelo mesmo motivo, o estudo recebeu o prêmio Oliver Austin, da Universidade da Flórida. Na UFMG, foi um dos fundadores do curso de Pós-Graduação em Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre. Há cinco anos, ganhou uma das mais expressivas condecorações oferecidas a um pesquisador ambiental: o prêmio Arca Dourada, instituído pelo governo da Holanda.