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Nº 1576 - Ano 33
7.5.2007

Fotos: Foca Lisboa

Feira de Artesanato do Jequitinhonha

O Vale na Praça

Em sua oitava edição, Feira de Artesanato do Jequitinhonha oferece oficinas de tecelagem e bordado para expositores e visitantes

Fernanda Cristo

Feira de Artesanato do Jequitinhonha

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aboa, cabaça, favela, bambu, couro, palha e madeira. No Vale do Jequitinhonha, fauna e flora nativas se transformam em artesanato. E na UFMG, pequenas barracas montadas na Praça de Serviços dão forma a uma feira de criatividade e cores, cujas vendas movimentaram cerca de R$ 80 mil em anos anteriores.

Feira de Artesanato do Jequitinhonha

Tudo começou em 2000, quando os artesãos do Vale foram atração na Semana do Conhecimento. No ano seguinte, o projeto ganhou nova dimensão e, a partir de 2003, firmou seu espaço no calendário da Universidade. Este ano, de 7 a 12 de maio, 63 artesãos de 26 cidades vão colorir a Praça de Serviços do campus Pampulha com colares, pulseiras, brincos, colchas de retalhos, esculturas, pinturas, cerâmica e comidas típicas e cachaças.

Feira de Artesanato do Jequitinhonha

A principal novidade desta edição são as cinco oficinas de tecelagem e bordado, coordenadas pela professora Joyce Saturnino, da Escola de Belas Artes, e ministradas por alunos do curso envolvidos na área. Metade das vagas é destinada a expositores, mas qualquer pessoa pode se inscrever por telefone ou e-mail. As atividades serão realizadas na EBA e Praça de Serviços, de segunda a quinta-feira.

A exemplo das tradicionais feiras de mangaio do Nordeste, a feira do Vale também oferece a seus visitantes a alegria da música e dança. A abertura, no dia 7, fica por conta de um grupo de Felisburgo que faz coreografias de músicas de Rubinho do Vale. Nos dias seguintes, sempre às 12h30, apresentam-se, na Praça de Serviços, Déa Trancoso, bandas Cariúnas e de música do Colégio Militar de Belo Horizonte, além do músico Pereira da Viola.

Feira de Artesanato do Jequitinhonha

Segundo a coordenadora do evento, Márcia Fonseca Rocha, da Diretoria de Ação Cultural (DAC), o público da feira é o mesmo que passa pela Praça diariamente. Por isso, a expectativa é atrair cerca de 7.500 pessoas, como nas edições anteriores. Márcia Rocha diz que a feira vem crescendo desde que foi criada, mas a intenção é estabilizar o número de artesãos participantes. “Não pensamos em aumentar o número de expositores ao longo dos anos, devido à limitação da nossa infra-estrutura. A Praça de Serviços não comporta muitas barracas e precisamos oferecer segurança aos artesãos”, argumenta.

Feira de Artesanato do Jequitinhonha

Desenvolvimento humano

A atividade artesanal é uma das principais fontes de renda do Vale do Jequitinhonha, região que abrange 75 municípios e é sempre lembrada pelo baixo índice de desenvolvimento humano (IDH), pequena oferta de emprego e baixa taxa de urbanização.

Retalhos de Medina

Pela primeira vez, a Associação de Artesãos de Medina, a 672 quilômetros de Belo Horizonte, terá a oportunidade de expor sua produção na Feira de Artesanato do Vale do Jequitinhonha. Há pouco mais de um ano, o grupo, formado por 22 mulheres, desenvolve trabalhos de patchwork: técnica que une retalhos de tecidos na produção de tapetes, colchas e outras peças. “Conheço várias pessoas que já participaram da feira e escuto muitos comentários positivos. Espero que o trabalho agrade aos compradores e que nossa participação seja lucrativa. Acho que será muito interessante manter contato com outras pessoas da área e conhecer novas formas de trabalho, para melhorar nossa produção”, anima-se a artesã Dagmar da Silva Amaral, presidente da Associação.