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Nº 1616 - Ano 34
26.06.2008

 

Enfermagem comemora 75 anos

Foca Lisboa
enfermagem
Fachada da Escola de Enfermagem: resultados acima da média nacional nas avaliações oficiais

Escola fundada pelo sanitarista Carlos Chagas prepara-se para oferecer seu terceiro curso de graduação

Rosânia Felipe Souza*

 

A Escola de Enfermagem comemora, no dia 7 de julho, 75 anos de existência e, a exemplo de outras unidades da UFMG, está preparada para crescer. A Unidade passa a oferecer, a partir do Vestibular 2009, seu terceiro curso de graduação, Análise de Sistema e Serviços de Saúde, dentro do Programa de Apoio aos Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). O curso funcionará no período noturno e foi planejado conjuntamente por especialistas das faculdades de Medicina e de Ciências Econômicas e da própria Escola de Enfermagem.
De acordo com a diretora da Escola, Marília Alves, a instituição está se preparando para receber, com a mesma qualidade de ensino, cerca de 50 alunos por semestre. “Fizemos um estudo detalhado que resultou em um planejamento conciso do curso que tem como objetivo formar um profissional analista, voltado à gestão em saúde”, explica.

O novo curso aponta para um profissional de saúde humanista, com formação interdisciplinar, crítico, empreendedor, dotado de ampla visão do contexto social, político e econômico. O perfil inclui também a capacidade de elaborar, implantar e avaliar propostas inovadoras voltadas para a gestão em saúde; de atuar em ambientes dinâmicos e mediar interesses, processos e relações de trabalho nos serviços de saúde.

Bem na foto

Ao longo de sua trajetória, a instituição alcançou excelentes resultados em seu processo de formação profissional. Isso se reflete, por exemplo, nas avaliações externas, como a última edição do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), na qual os alunos da Enfermagem obtiveram um dos melhores conceitos, com nota quatro. “Nosso curso tem se consolidado como referência no cenário nacional. Além de acompanhar as tendências sociais e de mercado, procuramos formar profissionais capazes de atuar em várias áreas da Enfermagem”, analisa a professora Maria José de Menezes Brito, coordenadora do Colegiado de Graduação.
Desempenho semelhante foi alcançado pelo curso de Nutrição, criado há quatro anos.

No cômputo geral, os discentes que se formam neste ano tiveram média de 61,6 pontos nos quesitos Formação geral e 36,7 no Componente específico, resultados superiores à média nacional, que é de 32,8 e 20,3, respectivamente. Mais de 90% dos alunos da Nutrição ficaram entre os percentis 75 e 100. A coordenadora do Colegiado de Graduação em Nutrição, Marlene Azevedo Magalhães, acredita que esse resultado mostra que a Escola de Enfermagem vem alcançando o objetivo de formar profissionais dedicados à melhoria dos níveis de saúde e da qualidade de vida da população e capacitados a desenvolver atividades de ensino, pesquisa e extensão.

Na área de Pós-Graduação, o cenário não é diferente. O curso de mestrado obteve conceito 4 na última avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), enquanto as quatro especializações ministradas na Unidade são referência para universidades e profissionais de outras partes do país, informa a coordenadora do Colegiado de Pós-Graduação, Cláudia Maria de Mattos Penna. São oferecidas especializações em Enfermagem Obstétrica, Enfermagem Hospitalar, Saúde da Família/Projeto Veredas de Minas e Saúde Coletiva.

O curso de doutorado, criado em 2005, oferece 13 vagas, distribuídas entre três linhas de pesquisa. Além de graduação e pós-graduação, a Escola oferece ensino profissionalizante em nível técnico na área de Enfermagem.

Pesquisa e extensão

A pesquisa e a extensão caminham juntas e oferecem aos discentes diversos projetos que estimulam a produção científica e a articulação entre prática e ensino. O Núcleo de Assessoramento à Pesquisa (NAPq) conta com 11 grupos nas diversas áreas. Já o Centro de Extensão (Cenex) desenvolve mais de 20 projetos abertos à participação de alunos.
Um dos mais importantes veículos de difusão da produção científica da Unidade é a Revista Mineira de Enfermagem (Reme), editada em parceria com outras universidades.

Um pouco de história

A Escola de Enfermagem foi inaugurada no dia 7 de julho de 1933, com o nome de Escola de Enfermagem Carlos Chagas. Foi a segunda escola do gênero fundada no Brasil por iniciativa do célebre sanitarista Carlos Chagas. À época, ele dirigia o Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP) e criou diversos serviços especializados de saúde, como os de higiene infantil e os de combate às endemias rurais, à tuberculose, à hanseníase e às doenças venéreas. Criou ainda escolas de enfermagem e estabeleceu as bases para formação de médicos sanitaristas.
De 1933 a 1949, a Escola permaneceu subordinada administrativamente à Secretaria de Educação e Saúde Pública do Estado de Minas Gerais. A partir de 1950, vinculou-se à Faculdade de Medicina da UFMG, situação que perdurou até 28 de fevereiro de 1968, quando se desanexou da Medicina e ganhou o nome de Escola de Enfermagem da UFMG, passando a ter a mesma autonomia de gestão – administrativa e financeira – que as demais unidades da Universidade.


* Estagiária de jornalismo da Escola de Enfermagem da UFMG