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Nº 1715 - Ano 37
18.10.2010
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Fabíola Souza*
| Foto: Foca Lisboa |
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| Crianças em edição anterior da UFMG Jovem: relação diferenciada com o conhecimento |
A universidade é tradicionalmente o principal berço de grande parte da pesquisa produzida no Brasil. Mas o despertar para a ciência pode – e deve – vir antes, e muitas escolas de ensino básico têm contribuído para estimular o potencial de jovens pesquisadores. De olho nisso, o UFMG Conhecimento e Cultura, por meio da XI UFMG Jovem, da IV Feira de Ciências da Educação Básica de Minas Gerais (Feceb-MG) e do VI Seminário do Programa de Iniciação Científica Júnior (Provoc), abre espaço para que jovens do ensino fundamental e médio exponham sua produção científica.
Nesta quarta-feira, dia 20, às 18h, ocorrerá a abertura da UFMG Jovem e da Feceb no gramado da Reitoria, com apresentação artística e cultural do Festival Intercolegial de Danças Populares de Belo Horizonte. Nos dias 21 e 22 de outubro, das 8h às 17h, os estudantes apresentarão seus trabalhos por meio de mostras e banners no Colégio Técnico. Já no Centro Pedagógico haverá oficinas exclusivas para alunos do ensino fundamental ofertadas por professores da UFMG.
O programa UFMG Jovem é um espaço de experimentação que abre espaço para a irreverência científica por meio de iniciativas como o Química na Cabeça ou O Física Divertida. O evento pretende dar visibilidade às atividades da UFMG ligadas ao ensino fundamental e médio. “O fato é que os jovens estão se afastando da ciência, e isso é uma preocupação internacional. Não só das ciências experimentais, como física e biologia, como também das ciências humanas, fundamentais para o desenvolvimento de qualquer país. A UFMG Jovem tenta mobilizar a juventude em torno da ciência”, afirma a titular da Diretoria de Divulgação Científica (DDC), Silvânia Nascimento.
Desde o ano passado, alunos dos cursos de licenciatura da UFMG podem participar do evento, apresentando, por meio de mostras, seus projetos de inovação pedagógica desenvolvidos durante o estágio. A novidade deste ano é a presença da Educação de Jovens e Adultos (EJA), representada pelo Projeto de Ensino Fundamental de Jovens e Adultos da UFMG (Proef II). “Nossa participação representa um reconhecimento do projeto pela Universidade”, afirma a estudante de Letras e professora de inglês, Carla Nobre. Durante a semana, haverá programação especial no período da noite, com palestra, mostras e oficinas, além de apresentações artísticas. O evento acontecerá no Coltec, e nos dia 21 e 22, será aberto a outras instituições voltadas para educação de jovens e adultos.
Escolas públicas e particulares de Minas Gerais participarão por meio da Feceb. Segundo Silvânia Nascimento, o evento, organizado pela Secretaria de Educação de Minas Gerais, resgata o modelo das feiras de ciências e de cultura organizadas para abrigar trabalhos de investigação escolar. “A feira dá visibilidade aos esforços de muitos professores do ensino básico que incentivam seus alunos à iniciação científica por caminhos muitas vezes diferentes dos da academia, mas nem por isso menos interessantes”, conta Silvânia.
A UFMG Jovem e a Feceb receberam inscrições de 167 propostas. Desse total, 150 são de escolas públicas e 17 da rede particular. Das 59 escolas inscritas, 52 pertencem à rede pública de ensino e sete à rede particular.
Alinhadas com a Unesco, que instituiu 2010 como o ano da Biodiversidade, a XI UFMG Jovem e a IV Feceb adotaram o tema. “Estamos trabalhando com a proposta de um evento ecológico”, afirma Silvânia Nascimento. Assim, os pôsteres convencionais foram substituídos pelos digitais e os objetos utilizados nas atividades, como canetas, bolsas e blocos, são feitos de materiais sustentáveis. O evento também abrirá espaço para artes digitais e para apresentações de trabalhos virtuais. Outras inovações serão o funcionamento de uma lan house e a transmissão de flashes no site da DDC.
Outra iniciativa voltada para a juventude é o VI Seminário do Provoc. Específico para bolsistas do Provoc, o seminário é o momento de jovens do ensino médio e profissional, de nove escolas públicas estaduais e do Coltec, apresentarem projetos desenvolvidos junto a grupos de pesquisa da UFMG. Segundo a coordenadora do programa, Gisele Brandão, por meio do Provoc, os jovens vivenciam os mesmos pressupostos da iniciação científica acadêmica. “Em um ano, o estudante participa de todas as etapas que envolvem um projeto de pesquisa na UFMG: o desenvolvimento, a escrita e a apresentação em seminário acadêmico”, explica Gisele Brandão. Os 42 trabalhos inscritos serão apresentados em formato de pôster.
A XI UFMG Jovem, a Feceb e o Seminário do Provoc são abertos ao público. Gisele Brandão destaca que a iniciação científica permite ao jovem desenvolver uma visão diferenciada do conhecimento. “Eles mesmos percebem as mudanças que acontecem na escola, nas relações pessoais e sociais e na própria compreensão do conhecimento”, revela.
* Aluna de Comunicação da Fafich e bolsista da Assessoria de Comunicação da Pró-reitoria de Extensão da UFMG