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Professora da Veterinária estuda viabilidade econômica do
Sistema Intensivo de Criação de Suínos ao Ar Livre (Siscal)
A idéia de avaliar a rentabilidade econômica dos dois métodos de criação de suínos vai ao encontro de uma série de tendências. Produtores interessados, por exemplo, em exportar carne de porco, devem ter a consciência de que consumidores estrangeiros não vêem com bons olhos a prática do confinamento total. Além disso, o Siscal é um método mais sustentável, já que não reúne dejetos. "O Siscal é prática comum na Europa. Há grande preocupação com o bem-estar dos suínos. Os europeus sentem-se constrangidos em consumir carne de animais mantidos em más condições", ressalta Simone Garcia.
A pesquisa da professora tenta comprovar a viabilidade econômica do Siscal no Brasil e, mais especificamente, em Minas Gerais. A comparação entre os dois métodos permitiu a identificação da melhor opção para os criadores brasileiros com diferentes perfis produtivos. Simone Garcia comparou granjas, que poderiam ser instaladas no estado, com 200, 700 e 1.500 matrizes, em três níveis de produtividade: baixa, média e alta. No total, foram construídos 18 cenários. "A pesquisa mostra que o Siscal é boa alternativa para criações acima de 700 matrizes e com alta produtividade", afirma a professora.
Para chegar a tal conclusão, Simone Garcia analisou diferentes aspectos da criação de suínos. Ela verificou, por exemplo, que o custo de implantação de uma granja, segundo o método Siscal, é menor em até 22,4%. "A literatura especializada indicava que esse índice poderia chegar a 50%. Na prática, isso não acontece", diz. Através do Siscal, o preço para se implantar uma matriz fica entre R$ 1,6 mil e R$ 1,9 mil. Pelo método do confinamento total, o valor gira entre R$ 2 mil e R$ 2,5 mil.
Quanto ao espaço para criação de suínos, os números são bastante díspares. Para instalar uma matriz através do método Siscal, é preciso uma área de cerca de 900 metros quadrados. No confinamento total, 15 metros quadrados são suficientes para cada animal. "Neste caso, o que dificulta a implementação do Siscal é a necessidade de propriedades de grandes dimensões. Mas o preço das terras em Minas Gerais é baixo e não chega a ser um impedimento", explica a professora. Ela reforça que o sistema trará maior rentabilidade apenas para granjas de alta ou média produtividade e com número superior a 700 matrizes. Seu estudo também concluiu que os plantéis mantidos em áreas livres apresentaram margem de lucro 2,5% superior às criações submetidas ao regime de confinamento total.
Tese: Sistema Intensivo de Criação de Suínos ao Ar Livre: viabilidade técnica e econômica
Autora: Simone Koprowski Garcia
Defesa: 30 de julho, junto ao departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa (UFV)
Banca: Aloízio Soares Ferreira (orientador), Marília Fernandes Maciel Gomes, Heleno do Nascimento Santos, Juarez Lopes Donzele e Luiz Fernando Teixeira Albino, todos da UFV
Prática é comum em outros países Ainda incipiente no país, o Siscal já é bastante difundido em outros países. Nos Estados Unidos, por exemplo, há granjas que chegam a ter cerca de três mil suínos em áreas livres. No Brasil, os produtores do Sul mantêm criações que giram em torno de 35 a 60 matrizes. Para que o sistema dê certo, alguns cuidados são decisivos. Além de obedecer à proporção de cerca de 900 metros quadrados de terra por leitão, é preciso que a área esteja coberta de gramíneas. Há necessidade, ainda, de se construir abrigos para proteger os porcos do sol. "Nas criações convencionais, os porcos costumam procurar a lama para regular a temperatura do corpo. No Siscal, os abrigos exercem essa função", explica Simone Garcia. Os terrenos devem ser planos, profundos e com boa capacidade de drenagem. |