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Nº 1353 - Ano 28 - 13.06.2002

Comunicação recebe homenagem da Câmara de BH

Calouros da Comunicação: curso tem índice de evasão quase nulo

Carla Maia

izem que a vida começa aos quarenta. No que diz respeito ao curso de Comunicação Social da UFMG, que completou 40 anos de funcionamento em 2002, há sérias razões para se acreditar nisso. De currículo novo, o curso, que tem se mantido entre os cinco mais concorridos do vestibular e com um índice de evasão praticamente nulo, prepara-se para receber uma homenagem em sessão solene da Câmara Municipal, no dia 18 de junho.

"Queremos prestar um reconhecimento ao curso, pelo serviço que tem prestado à sociedade, ao produzir conhecimento e formar profissionais qualificados na área de comunicação, área de fundamental importância numa sociedade democrática", afirma a vereadora Neila Batista (PT), idealizadora da homenagem. Na ocasião, haverá a entrega de uma placa comemorativa dos 40 anos do curso, além de pronunciamentos dos professores Paulo de Tarso, da UFRS; Ananias José de Freitas, da PUC-Minas e assessor de Comunicação da Prefeitura de Belo Horizonte; do deputado estadual Rogério Correia, autor de projetos na área de radiodifusão comunitária; e do professor do departamento de Comunicação Social da UFMG, Elton Antunes.

O curso de Comunicação foi o primeiro da área fundado em Minas Gerais. A proposta de criação foi aprovada em 1961, por uma comissão formada por professores da UFMG e representantes do Sindicato dos Jornalistas, mas só começou a funcionar em março de 1962. No início, oferecia apenas a habilitação em Jornalismo. Mais tarde, foram criadas as habilitações em Publicidade e Propaganda, Relações Públicas e Radialismo.

Mestrado

O curso conta com cerca de 400 alunos de graduação, 25 professores efetivos, sendo 11 doutores, 10 mestres, dois especialistas e dois graduados, e com um corpo técnico e administrativo composto por 10 funcionários. O mestrado, também pioneiro no Estado, obteve na última avaliação da Capes a nota mais alta que um programa, sem o nível de doutorado, pode alcançar. "Nossa meta agora é o doutorado", afirma o professor Márcio Simeone. Para ele, o curso apresenta um diferencial em relação a outros existentes no mercado, pois "não oferece apenas um curso profissionalizante, mas, antes, busca enriquecer o campo de estudo da comunicação, valorizando os estudos teóricos, a reflexão e a crítica".

O curso também foi um dos primeiros na UFMG a seguir o princípio da flexibilização curricular, instituído em 1996 pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), que extinguiu o currículo mínimo, como forma de incentivar uma formação superior de caráter interdisciplinar. Em 1997, o curso de Comunicação iniciou processo de reforma curricular que culminou, em 2000, numa nova versão, adequada ao princípio da flexibilização. Entre as mudanças, destaque para a redução das matérias obrigatórias, sendo que 50% delas passaram a ser optativas. Isso permite ao aluno escolher as matérias que deseja cursar, compondo seu próprio currículo.

"A flexibilização garante ao estudante a possibilidade de construir sua trajetória acadêmica de acordo com seus interesses e aptidões, sem deixar de lado a sua formação básica", explica a professora e coordenadora do colegiado do curso de Comunicação, Carmen Dulce Diniz Vieira. Segundo ela, "o novo currículo possibilita ao aluno transitar pelas diversas áreas de conhecimento e adquirir uma formação multiespecializada, fundamental para um comunicador".

Juliana Chevitarese, do 1o período de Comunicação, parece já saber disso. Para ela, "o curso da UFMG é o melhor, porque oferece mais possibilidades". Outro estudante que acaba de ingressar na Universidade, Mário Mendes Neto, afirma que escolheu o curso porque sabe que ele oferece uma boa base teórica . "É um curso que vai me possibilitar oportunidade de crescimento", diz o calouro, que quer cursar Publicidade.

O professor Simeone ressalta, entretanto, que ainda há muito o que fazer. "Os primeiros resultados são excelentes, os alunos já entram na Universidade mais comprometidos com o ensino, assumem uma postura ativa diante do processo de aprendizado. Mas há dificuldades a serem superadas, como a adequação de laboratórios e a ampliação do quadro de professores", diz o professor. Para Carmen Vieira, os desafios não devem ser motivo de desânimo. "Se não nos intimidamos em 40 anos, não será agora que isso vai acontecer. Aproveitaremos as comemorações para tomar fôlego e continuarmos nosso caminho", conclama.

Homenagem aos 40 anos do curso de Comunicação Social da UFMG

Local: Câmara Municipal de Belo Horizonte (Palácio Francisco Bicalho, Av. dos Andradas, 3.100 - Santa Efigênia)
Data: 18 de junho de 2002
Horário: 19h

 

Além da solenidade na Câmara, outras atividades foram programadas para comemorar o aniversário do curso. Na última terça-feira, dia 11, houve o lançamento da 52ª edição da Revista Gerais, publicação do departamento de Comunicação Social e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social. A revista, de circulação semestral, traz artigos, entrevistas e textos acadêmicos que tratam de estudos sobre comunicação e sociabilidade.

De 20 de junho a 31 de julho, haverá uma exposição no Centro Cultural UFMG, com fotos e trabalhos desenvolvidos por alunos e professores do curso. Uma sessão solene na Assembléia Legislativa de Minas Gerais também está sendo programada.