Maurício Guilherme Jr.

radicionalmente fechados aos domingos, os portões da UFMG foram inteiramente abertos no dia 15 de setembro, para que a banda pudesse passar. Na verdade, a primeira edição do Domingo no campus não abriu passagem apenas para a divertida bandinha formada por alunos da Escola de Música. A cidade universitária recebeu centenas de crianças, adolescentes e adultos de diversas localidades, gostos e interesses para uma "festa" repleta de atrações acadêmicas, esportivas e artísticas. A Praça de Serviços, o Centro Esportivo Universitário (CEU), o auditório da Reitoria, e até mesmo a mata da Estação Ecológica foram palcos para confraternização entre alunos, professores, funcionários e a comunidade belo-horizontina. "É a primeira vez que venho à Universidade. Quero voltar várias vezes, pois o campus é muito bonito. Além disso, tomei parte em oficinas fantásticas", disse Gláucia Machado, que participou do evento ao lado dos filhos Arthur e Luíza.

Promovido pela Comissão de comemorações dos 75 anos da UFMG, cuja presidente é a diretora de Cooperação Institucional Maria Cecilia Diniz Nogueira, o Domingo no campus contou com oficinas, apresentações artísticas e exposições diversas. No início da manhã, três jogos de futebol abriram o evento. Equipes femininas e masculinas de estudantes, além de times de funcionários, enfrentaram-se no CEU. No mesmo horário, na Estação Ecológica, vinte equipes, compostas por funcionários, alunos e pessoas da comunidade reuniram-se para participar de um Enduro a pé na mata. "Foi uma forma de trazer muita gente ao campus. Eventos como esse nos integram com a comunidade. São também oportunidade para que a UFMG mostre suas atividades de ensino, pesquisa e extensão", ressaltou o professor Celso Baeta Neves, diretor da Estação Ecológica.

Participante do Enduro, a estudante Clarisse Ferreira e Silva, da equipe Família Coração, considerou ótima a possibilidade de conhecer a UFMG através de uma atividade lúdica como a caminhada. "Eu espero um dia ser aluna da Universidade. Enquanto isso, é ótimo participar de eventos no campus", afirmou Clarisse. Para outra "caminhante", a funcionária Hélia Ladeia, relações públicas de um dos laboratórios do departamento de Comunicação Social da Fafich, a integração entre as áreas foi a principal recompensa da iniciativa. "Eu sempre achei que o campus deveria se abrir para a comunidade. É uma forma de mostrarmos a que viemos", ressaltou.

O Enduro a pé foi vencido pela equipe Alfa Mais, formada por estudantes da UFMG. Apesar de errarem o caminho, eles foram os mais regulares durante o trajeto. Parece que o preparo físico da idade é mesmo a única explicação para a vitória: "Ontem, fomos a uma festa e chegamos tarde. Hoje, ninguém trouxe relógio. Além disso, nos perdemos algumas vezes", contou Rodrigo Schettino, estudante de Controle e Automação na Universidade e capitão da equipe. Na Praça de Serviços, a reitora Ana Lúcia Gazzola entregou a premiação aos vencedores.

Arte, lazer e ciência

Além do esporte e da aventura, o Domingo no campus também foi marcado por atividades de ciência, arte e entretenimento. Na Praça de Serviços, havia exposições de diversas naturezas. Estavam lá o Mini-baja, veículo de corrida produzido por estudantes da UFMG, o planador CB-I Gaivota, primeira aeronave projetada em Minas Gerais, e um aeromodelo de competição também desenvolvido por alunos da Universidade. Foram realizadas ainda oficinas de produção de fantoches, origami, pintura, modelagem em papel machê, confecção de papel artesanal e ateliê do lixo. No estande Estação sorri so, montado pelo Centro de Extensão (Cenex) da Faculdade de Odontologia, estudantes e professores explicavam para crianças e adultos os procedimentos necessários à boa higiene bucal. Eles também tiravam dúvidas a respeito de doenças como câncer ou sobre a realização de implantes. "Foi excelente a idéia do Domingo no campus. O evento possibilitou a integração social necessária aos trabalhos do Centro de Extensão", disse a professora Juliana Vilela, coordenadora do Cenex.

O domingo foi de muita festa também para as crianças. A bandinha acompanhada por palhaços em pernas de pau foi apenas um dos alertas para a brincadeira. Havia cama elástica, apresentação do Pandalelê, tenda de histórias e muito espaço para correr e se divertir. O casal de funcionários da UFMG José Antônio de Castro e Mônica Fonseca de Souza Castro aproveitaram a ocasião para trazer ao campus os filhos Carolina e Túlio. "Essa é uma ótima iniciativa. As oficinas, por exemplo, são variadas e mexem muito com o desenvolvimento extra-sensorial das crianças", afirmou José Antônio. Outro ponto forte do evento foram as apresentações artísticas. Além de pequenas peças teatrais, apresentadas por alunos do curso de Artes Cênicas da Universidade, os garotos do projeto Cariúnas _ sementes do amanhã emocionaram a platéia que lotava o auditório da Reitoria. Atração de encerramento do Domingo no campus, eles apresentaram diversas músicas do cancioneiro popular.