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Nº 1479 - Ano 31 - 14.4.2005


Newton ao alcance de todos

Laboratório do Coltec desenvolve brinquedos que ajudam a desvendar universo da ciência

Ana Paula Ferreira

struturas moleculares, princípio da conservação da energia, composição da luz, propriedades físicas da água, geometria espacial. Esses e outros temas do universo das Ciências Exatas aterrorizam os estudantes do ensino médio durante as aulas. Mas com um pouco de criatividade, formas divertidas e atraentes de ensinar podem ser desenvolvidas e contribuir para a preservação do meio ambiente.

É o que vem fazendo o professor de Química do Coltec, Alfredo Luís Mateus, que coordena laboratório para desenvolvimento de materiais pedagógicos através da reciclagem de garrafas PET, assim chamadas por serem feitas de polietileno tereftalato, poliéster termoplástico ideal para produção de embalagens para consumo doméstico _ refrigerantes, artigos comestíveis e limpeza em geral _ devido à sua leveza e resistência.

Com a colaboração de alunos do Coltec e dos cursos de graduação em Belas-Artes, Química e Física da UFMG, já foram desenvolvidos diversos brinquedos que possibilitam, durante sua confecção e utilização, compreender questões de Física, Química e Matemática. Para o professor Alfredo Mateus, o trabalho com materiais reciclados instiga a curiosidade dos alunos e facilita a compreensão das teorias. "Esse tipo de abordagem aproxima a ciência do dia-a-dia dos alunos e torna o aprendizado mais concreto", explica. Exemplo disso é a reprodução do Disco de Newton* , instrumento desenvolvido no século XVII pelo físico Isaac Newton para comprovar a composição da luz.


Alfredo Mateus: ciência do cotidiano
Foto: Eber Faioli

A idéia de trabalhar com reciclagem surgiu em 2002, quando Alfredo Mateus foi convidado a montar uma sala de Química no Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG. Utilizando garrafas de refrigerante como matéria-prima, ele criou um modelo da molécula de PET com cinco metros de comprimento. "PET é material de manuseio simples, durável e de fácil aquisição", argumenta o professor.

As experiências do professor Alfredo Mateus foram compiladas no livro Ensinando truques novos com garrafas velhas .

Na telinha e no dial

Se bem trabalhados, a TV e o rádio podem ser dois poderosos aliados de popularização da ciência. Ciente do potencial dessas duas mídias, o professor Alfredo Mateus quer envolver estudantes do Coltec na produção de vídeos e programas radiofônicos capazes de demonstrar, de forma atrativa, experimentos de Química e Física.

Para isso, os estudantes participarão de oficinas de vídeo e de rádio com profissionais do Centro de Comunicação (Cedecom), responsável pela gestão da TV UFMG e da UFMG Educativa, emissora de rádio que está sendo criada pela Universidade.

Na rádio, as apresentações terão formato de radionovela, apresentando situações familiares aos ouvintes. "Produziremos esquetes diárias com duração de dois minutos cada", informa o coordenador da UFMG Educativa, Elias Santos. Para a televisão, vídeos explorarão a capacidade dos experimentos de gerar imagens. Eles serão exibidos semanalmente no programa Câmera Aberta. "A intenção é proporcionar aos estudantes a possibilidade de envolvimento com a ciência de forma inovadora", afirma o coordenador da TV UFMG, Mário Quinaud.


Fotos de Eber Faioli

*De acordo com Newton, a luz que consideramos branca é, na verdade, composta por sete cores. Para provar sua descoberta, ele criou um disco que acabou levando o seu nome. Pintado com as mesmas cores do espectro, o instrumento adquire coloração branca ao ser girado com velocidade e receber iluminação intensa.