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Nº 1572 - Ano 33
9.4.2007

O paraíso na UFMG

Oásis natural em plena capital mineira, Estação Ecológica desenvolve atividades para todos os gostos

Maurício Guilherme Silva Jr.

estacao ecologica
Escolas e demais interessados em participar das atividades da Estação Ecológica (avenida Antônio Carlos, 6.627 - campus Pampulha) devem agendar visitas por meio dos seguintes contatos: Telefones: (31) 3499-2295/3499-2296 Fax: (31) 3499-2295
E-mail: eeco@reitoria.ufmg.br

No antológico, A flor e a náusea, Carlos Drummond de Andrade descreve a força da pequena flor, que, feia e quase sem cor, nasce “no chão da capital do país” e ousa, incólume, furar “o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio”. Sentimento similar ao do escritor itabirano, que o leva a passar lentamente a mão naquela “forma insegura” da natureza, fez brilhar, no mês passado, os olhos da pequena Júlia. Ao visitar a UFMG, em excursão de sua escola, a estudante de 10 anos percebeu a vitalidade do meio ambiente. Em meio a tantos prédios, Júlia descobriu, na Estação Ecológica, não apenas uma, mas milhões de plantas, corajosas como a flor de Drummond.

Participante de uma das atividades ecológicas e educacionais desenvolvidas pela Estação Ecológica da UFMG, a jovem aluna escreveu aos monitores sobre o que viu na Universidade: “Tenho dez anos e gostaria de saber mais sobre árvores”. Assim como Júlia, outras centenas de estudantes mineiros têm a oportunidade de conhecer a natureza preservada dentro do campus Pampulha, em área de 114 hectares, formada por vegetação típica de matas semidecíduas e de cerrado.

Com fauna diversificada, que inclui mamíferos, anfíbios e répteis e mais de 220 espécies de aves, a Estação Ecológica da UFMG, maior área verde dentro de uma universidade brasileira, está ao alcance de todos. “Grupos de estudantes, associações, empresas e escolas podem participar de nossas atividades”, ressalta o professor Celso Baeta, diretor da Estação, ao lembrar que o espaço destina-se à preservação e educação ambientais, além de se consolidar como parque-escola destinado à pesquisa e ao ensino ou área para o lazer.

Entre os destaques, estão as caminhadas ecológicas, realizadas semanalmente sob orientação de professores e monitores. Há diferentes “pacotes” de passeios, escolhidos segundo as características dos andarilhos. Na trilha do Bom Sossego, por exemplo, os participantes percorrem cerca de 650 metros quadrados. “Lá, as pessoas mantêm contato com mata secundária bastante desenvolvida”, diz Baeta.

Já a trilha do Mirante possui área de quatro mil metros quadrados. A caminhada, classificada como de alta dificuldade, conta com subidas e descidas sinuosas e culmina com a visita ao “mirante”, uma das regiões mais altas da Estação Ecológica. “De lá, é possível contemplar a Serra do Curral”, observa Baeta.

Outro carro-chefe do programa de educação ambiental é o Enduro a pé, em que os estudantes, na disputa com colegas, valorizam o trabalho em equipe e a prática desportiva. A atividade também ensina a interpretar mapas e trilhas. E para quem prefere curtir a natureza sob a proteção da lua, a pedida é o projeto Olhos de coruja. Turmas passam a noite na mata, onde realizam caminhadas, conhecem animais de hábito noturno, como morcegos e aranhas, assistem a apresentações culturais e aprendem noções de astronomia, através da observação do céu em telescópio.

Tratado de Quioto

Em parceria com o Laboratório de Atividade Física e Saúde da UFMG, do Centro Esportivo Universitário (CEU), a Estação Ecológica vai contribuir com um dos princípios preconizados pelo Tratado de Quioto, que busca reduzir as emissões dos gases causadores do aquecimento global. Funcionários de empresas que emitem gases poluentes plantarão mudas para compensar o dióxido de carbono (CO2) lançado na atmosfera. “Faremos o cálculo do carbono gasto por estas empresas ao longo do ano para saber quantas mudas deverão ser plantadas”, explica Celso Baeta.