![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() ![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
|
![]() |
![]() |
|||
![]() |
Nº 1590 - Ano 34
12.11.2007
![]() |
![]() |
Bruno Vieira dos Santos
Cerca de 40% do lixo verde gerado no campus Pampulha já é reutilizado como adubo e cobertura morta. Esse índice foi alcançado nos últimos dois anos graças ao bem-sucedido Programa de Gestão de Resíduos, que envolve o Departamento de Serviços Gerais (DSG), a Divisão de Áreas Verdes do Departamento de Planejamento Físico e Obras (DPFO) e o Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Escola de Engenharia.
Cobertura morta: prática que visa a proteger o solo do impacto direto das chuvas e da radiação solar mediante a colocação de materiais diversos sobre a sua superfície (palha, restos de planta, galhada etc.).
Atualmente, a UFMG reaproveita cerca de três mil dos sete mil metros cúbicos gerados anualmente. Até 2005, a maioria esmagadora do resíduo resultante da poda de árvores e corte de grama era queimada na Estação Ecológica, gerando riscos e envolvendo uma operação especial para que o fogo não se espalhasse. Menos de 10% eram reaproveitados para adubar a vegetação ou cobrir raízes expostas.
O principal destino dado ao lixo verde do campus é a compostagem, conjunto de técnicas responsável pelo controle da decomposição de materiais orgânicos, com a finalidade de obter, no menor tempo possível, um material estável, rico em húmus e nutrientes minerais. O diretor da Divisão de Áreas Verdes, Geraldo Motta, conta que o impulso para a viabilização do projeto foi dado pelo atual Reitorado, que investiu mais de R$ 100 mil na iniciativa. “Esse recurso foi usado na compra de equipamentos para trituração e transporte dos resíduos”, explica Motta. Isso permitiu que o material que antes ia para o aterro sanitário de Belo Horizonte passasse a ser triturado e voltasse ao solo do campus Pampulha na forma de adubo vegetal (em substituição ao esterco de boi) e de cobertura morta.
O próximo passo do projeto é incorporar os resíduos alimentares ao material a ser compostado, tarefa que já vem sendo objeto de estudos na Universidade. Segundo a diretora do DSG, Eliane Ferreira, o campus Pampulha gera 1,5 tonelada desse tipo de resíduo em um único dia. Metade é sobra de comida deixada nos pratos e o restante corresponde a cascas, talos e demais partes não consumidas de legumes, frutas e outros gêneros alimentícios.
A idéia é agregar o lixo alimentar nas leiras (amontoados de folhas, galhadas e grama em formato retangular onde se dá o processo de decomposição dos resíduos verdes), diminuindo o tempo de compostagem e aproveitando o resíduo para utilização interna.
Para outro envolvido na gestão de resíduos, o professor Raphael Tobias, do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, o uso de lixo alimentar vai ajudar a acelerar o processo. “Mas é necessário um estudo aprofundado para avaliar em que condições a compostagem com resíduos alimentares pode ser viabilizada”, defende o professor. Em vez de servir como alimento para porcos ou serem encaminhadas ao aterro sanitário, as sobras de comida também retornariam à natureza como nutriente para a cobertura vegetal do campus.
O aproveimento de restos alimentares no processo de gestão de resíduos depende, principalmente, do recolhimento das sobras do Restaurante Setorial II, que produz 150 quilogramas por dia. Além disso, em todo o campus Pampulha, há cerca de 20 cantinas que também servem refeições. Hoje, o DSG paga à SLU cerca de R$ 10 mil mensais para recolher lixo orgânico do bandejão. “Ao reaproveitar o lixo alimentar gerado no Setorial II e nas cantinas, a UFMG vai economizar, no mínimo, R$ 120 mil por ano”, calcula Eliane Ferreira.
![]() |
Foca Lisboa
|
Investimentos em compostagem
Equipamentos |
Valor (em R$) |
Trator agrícola |
70.450,00 |
Reboque agrícola |
15.455,00 |
Picador triturador |
10.620,00 |
Carreta agrícola em chapa |
5.000,00 |
TOTAL |
101.525,00 |