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Nº 1782 - Ano 38
2.7.2012

Alessandra Rodrigues (Química, 4°ano),
Arthur Moraes Faasen (Eletrônica, 3°ano),
Gabriel Gonçalves Santos (Análises Clínicas, 3°ano),
Keila Eduarda Martins de Vasconcelos (Análises Clínicas, 2°ano),
Láyza Silva Jardim (Análises Clínicas, 2°ano),
Luisa Guimarães Carlos Silva (Automação, 3°ano),
Luisa Vilaça Gomes da Silva (Análises Clínicas, 3°ano),
Rafaela Jéssica Calmon Chaves (Química, 4°ano),
Thaís ­Rodrigues de Oliveira (Química, 2°ano) e
Vinícius Leonardo de Oliveira (Eletrônica, 3°ano)

¡Hermanos, ahí vámonos!

Pela primeira vez, alunos do Coltec farão intercâmbio no exterior; parceira é uma escola argentina

Natália Carvalho

Lançado em 2011 para permitir que universitários brasileiros cursem parte de sua formação nas melhores universidades do mundo, o Programa Ciência Sem Fronteiras só deverá beneficiar alunos de cursos técnicos nos próximos anos. Antecipando-se a esse cenário, o Colégio Técnico (Coltec) firmou convênio inédito com a Escola Superior de Comércio Manuel Belgrano (ESCMB), da Universidade Nacional de Córdoba (UNC), Argentina. Alunos brasileiros e argentinos farão intercâmbio de reciprocidade de 45 dias a partir do final deste mês.

Dez alunos com idades entre 16 e 18 anos foram selecionados com base em critérios acadêmicos e comportamentais e no desempenho em exame de aptidão em língua espanhola. “Os 15 candidatos estavam aptos, mas não havia vagas para todos. Por meio da seleção chegamos a esse grupo, que está muito motivado”, explica a professora de espanhol Fernanda Peçanha, coordenadora da comissão instituída para executar as atividades previstas no acordo firmado com a instituição do país vizinho.

Todos estão com passagens compradas para 31 de julho. Ansiosos, os estudantes já preparam as malas e estudam com afinco os costumes e o clima de Códoba. Atento ao inverno local, Vinícius Leonardo, integrante da equipe, já sabe que as temperaturas variarão de 9°C a 15°C durante a estada na Argentina.

“Tenho certeza de que esse intercâmbio contribuirá para a minha formação profissional e pessoal. Viver em uma cultura com pessoas e costumes diferentes exercitará a nossa capacidade de aceitação. Além do mais, será muito interessante saber como vou me virar sem família, amigos e namorado”, afirma a estudante Rafaella Chaves.

A diretora da Escola de Educação Básica e Profissional (Ebap), Carmen de Caro, acredita que a experiência abrirá horizontes para o Coltec. “É um projeto piloto que exigiu o estudo das singularidades de intercâmbios mantidos por cursos técnicos.”

Compatibilidade de gênios

A principal dificuldade do processo foi compatibilizar as diferenças entre os cursos oferecidos pelo Coltec e pela Manuel Belgrano. Não existe curso totalmente correspondente entre os dois colégios, o que obrigou seus profissionais a organizar uma nova lógica de ensino. Cada caso foi analisado, e os alunos terão uma grade curricular que se valerá das afinidades e interseções dos cursos e das disciplinas ofertadas. O aluno de Análises Clínicas, por exemplo, fará disciplinas do curso de Gestão Ambiental na escola argentina.

A Manuel Belgrano oferecerá aos alunos brasileiros conteúdos de literatura e língua espanholas. Para compensar a perda de avaliações durante os 45 dias em que estiverem fora, os alunos terão suas notas convertidas pela operação de regra de três. O grupo deverá, ainda, preparar relatório sobre o processo do intercâmbio e desenvolver projetos de pesquisa que serão apresentados no evento UFMG Conhecimento e Cultura, em outubro. “Além do caráter acadêmico, o intercâmbio também possui viés cultural. Os ganhos vão além da correspondência direta de disciplinas”, argumenta Fernanda Peçanha.

Com duração de três anos, o convênio é resultado de demanda proposta pela UNC, que desenvolve parceria semelhante com a Universidade Federal de Santa Catarina. “São escolas orientadas pela experimentação pedagógica, com projetos educativos consolidados em diferentes áreas das ciências e tecnologias, com uma orientação humanística singular. Ambas desenvolvem importante atividade extensionista, compartilhando suas experiências curriculares com as demais escolas públicas”, argumenta a professora Mariana Mizraji, coordenadora da Comissão de Intercâmbio da ESCMB, ao justificar a escolha do Coltec como parceiro.

A escola argentina vem estendendo seu programa de intercâmbio para outros centros de ensino médio da América Latina. “Queremos que nossos estudantes conheçam diferentes culturas nos países do Mercosul, apropriem-se de outros idiomas e tenham uma vivência que lhes permita avaliar as expressões desses países”, acrescenta Mizraji. Os alunos argentinos chegam ao Coltec em 27 de julho.