Amigos da leitura

Projeto Tertúlia Literária, da FaE, estimula imersão
no instigante universo da literatura universal

Matheus Espíndola

Entre os significados do termo “tertúlia”, o dicionário Aurélio elenca agrupamento de amigos e assembleia literária. O projeto de extensão Tertúlia Literária, da Faculdade de Educação (FaE), consegue agregar os dois conceitos, reunindo estudantes de Pedagogia, Letras e Ciência da Informação, professores da educação infantil e do ensino fundamental e bibliotecários das redes de ensino da Região Metropolitana de Belo Horizonte, em torno do estudo sobre um conjunto de obras literárias selecionadas. Além de aguçar nos envolvidos o prazer de ler, o projeto também desenvolve práticas capazes de estimular nas crianças a afinidade e o hábito da leitura. A cada ano, o Tertúlia Literária trabalha um tema diferente, cuja escolha fica a cargo das coordenadoras do projeto, as professoras da FaE Mônica Correia Baptista, Maria Zélia Versiani e Célia Abicalil, além da professora aposentada do Centro Pedagógico Mônica Dayrell. A partir daí, são selecionados de 8 a 10 livros, a serem repercutidos ao longo do ano por uma turma de 40 participantes.

As reuniões ocorrem mensalmente na sala de leitura da Biblioteca Alaíde Lisboa, da FaE, e contam com a presença, a cada encontro, de um professor convidado, que abre as discussões e faz a mediação dos debates. A partir de março deste ano, o Tertúlia Literária chega à sua quinta edição, com o tema A fofoca na literatura. A infância, o amor, a viagem e o crime foram os temas abordados nas edições anteriores.

Júri

Bolsista do projeto, a estudante do curso de Letras Priscila Caligiorne é uma das responsáveis por pesquisar as produções existentes sobre cada livro e levá-las para as sessões. “São críticas, filmes, poesias, músicas, obras e informações dos autores”, enumera. Ela e outra bolsista, Amanda Abreu, que cursa Pedagogia, têm como atribuições a organização do espaço, o controle da presença dos leitores, o desenvolvimento de dinâmicas e jogos, o registro fotográfico das sessões, a alimentação do blog do projeto e o fomento à discussão nos fóruns virtuais.

Segundo as bolsistas, uma das atividades que mais cativaram o público foi a realização de um júri, no ano passado, para condenar ou absolver os personagens do livro O crime do padre Amaro, de Eça de Queiroz, com base em argumentos extraídos a partir da leitura da própria obra.

As sessões começam às 14h e vão até 17h. “O objetivo é garantir um espaço de fruição, onde todos sintam prazer em ler e promover a leitura. Afinal, existe uma premissa em nossa profissão, segundo a qual se queremos formar bons leitores, também temos que sê-los”, afirma a coordenadora do projeto, Mônica Correia. Segundo ela, a partir deste ano, o projeto será incluído como disciplina eletiva para os graduandos da UFMG.

As pré-inscrições para a quinta edição do Tertúlia Literária podem ser feitas até o dia 28 de fevereiro, pelo email projetotertulialiteraria@gmail.com. As 40 vagas serão preenchidas, prioritariamente, por professores, que, ao término das atividades, receberão certificados referentes a um curso de 60 horas. Os graduandos selecionados vão cumprir 30 horas de sua grade disciplinar.