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Nº 1811 - Ano 39
11.3.2013

Mobilidade em alta na África

UFMG responde por quase 30% dos projetos inscritos em programa de intercâmbio das universidades dos países africanos de língua portuguesa

Ewerton Martins Ribeiro

A UFMG e outras 22 universidades brasileiras apresentaram 56 projetos ao Edital Pró-Mobilidade Internacional, lançado no ano passado pela Capes e que beneficia as universidades de países de língua portuguesa.

O balanço parcial foi exposto pelo reitor Clélio Campolina Diniz e pelo diretor de Relações Internacionais da UFMG, Eduardo Viana Vargas, na reunião do Conselho de Administração da Associação de Universidades de Língua Portuguesa (Aulp), realizada no dia 1º de março, em Lisboa, Portugal. A UFMG responde por 16 das 56 propostas, quase 30% do total. Participam do programa instituições de Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, São Tomé e Princípe, Timor Leste e Brasil.

O objetivo do edital, que integra o Programa de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Extensão da Aulp, é subsidiar a mobilidade entre os países e as instituições filiadas. Cada projeto apresentado pelos programas de graduação, pesquisa e pós-graduação possibilita a mobilidade de até 10 alunos e pesquisadores por ano, sendo que cada um deve passar de um a três meses no estrangeiro. As mobilidades previstas são de dupla direção, podendo contemplar, por ano, até cinco intercambistas do Brasil para o exterior e outros cinco no sentido inverso.

O reitor Clélio Campolina, um dos vice-presidentes da Associação, destaca o sucesso do edital. “O volume de inscrições correspondeu às nossas expectativas. É uma demanda que atesta que a UFMG estava correta ao liderar, na direção da Aulp, a proposta de programa específico para as universidades africanas de língua portuguesa. É algo que diz respeito à importância que a África tem no mundo contemporâneo, à relevância dela para o Brasil. Não só por conta de nossa herança histórica e cultural, mas também por nossa dívida política e social com o continente.”

Os projetos apresentados na primeira fase do edital Capes 33/2012 contemplaram, ao todo, 26 áreas, envolvendo 14 instituições parceiras dos cinco países de língua portuguesa da África e do Timor Leste, na Ásia. Os interessados em fazer a mobilidade neste ano inscreveram-se no processo seletivo realizado em 2012. Já os interessados no intercâmbio para 2014 vão se inscrever este ano, conforme cronograma previsto no mesmo edital.

A Capes prevê o apoio a até 40 projetos em cada um dos dois processos seletivos. “Ela inclusive demonstrou muita satisfação com os resultados dessa primeira fase. Conversei também com o ministro [da Educação, Aloizio Mercadante] sobre isso, e agora estamos na perspectiva de lançar um segundo edital para os projetos estruturantes”, afirma Clélio Campolina.

Entre as universidades que mais apresentaram projetos, a UFMG – com 16 propostas – foi seguida pela Universidade de São Paulo (USP), com cinco, federais do Rio Grande do Sul (UFRGS) e de Santa Catarina (UFSC), ambas com quatro, e de Goiás (UFG), com três. Do total de 56 projetos, 30 foram para Moçambique, 11 para Angola, 11 para Cabo Verde, dois para Guiné Bissau, um para São Tomé e Príncipe e um para o Timor Leste.

O diretor de Relações Internacionais, Eduardo Vargas, se diz satisfeito com o desempenho da UFMG, que participa com iniciativas coordenadas por docentes das faculdades de Educação, de Medicina, de Engenharia, de Educação Física, da Fafich e do ICB. Segundo ele, há perspectiva concreta de continuidade dos projetos de mobilidade que forem bem-sucedidos. “Também estamos trabalhando fortemente para que a Capes lance o segundo edital, dedicado a Projetos Estruturantes, que deverá fomentar a criação de mestrados e doutoraos e a realização de pesquisas e projetos de extensão de grande porte em parceria com as universidades africanas”, detalha Vargas.

Reunião anual

Durante a reunião do Conselho Administrativo da Aulp, a UFMG, escolhida para sediar o próximo encontro anual da entidade, nos dias 9, 10 e 11 de junho, apresentou a programação do evento, que terá como tema Cooperação e desenvolvimento nos países de língua portuguesa: o papel das universidades. O reitor Clélio Campolina destaca a importância da realização do encontro na UFMG. “Ele dará visibilidade à Universidade e reforçará a proposta do nosso Centro de Estudos Africanos”, afirma.