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Nº 1836 - Ano 39
16.09.2013

Diretora do Cedecom leva a Moçambique experiência em comunicação institucional

A experiência de comunicação pública da UFMG será levada à África esta semana pela professora Valéria Raimundo, do Departamento de Comunicação Social da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich). Ela ministra curso de cinco dias em Maputo, capital de Moçambique, para público composto por cerca de 30 agentes de comunicação de instituições governamentais, que posteriormente vão atuar na formação de outros assessores.

Diretora do Centro de Comunicação (Cedecom) da Universidade, Valéria Raimundo pretende mostrar aos participantes do curso que o relacionamento com a mídia não deve ser o único canal de contato com a sociedade, mas compor uma série de ações de comunicação. “A assessoria de imprensa deve estar inserida em um conceito de comunicação pública que inclui a prestação de contas e a identificação de demandas sociais”, resume.

Um dos objetivos do curso é permitir a compreensão da comunicação pública nos seus aspectos conceituais e na sua interface com o campo da comunicação organizacional. Valéria Raimundo também pretende demonstrar e discutir as divergências e convergências entre as categorias de comunicação pública, política e governamental. É sua intenção ainda tratar da dimensão do relacionamento das organizações públicas com a mídia, a partir de abordagens conceituais, pragmáticas, de públicos estratégicos, além de focalizar os conceitos de opinião pública e estratégias de relacionamentos. Por fim, a professora quer caracterizar a dimensão e os processos de relacionamentos com os meios de comunicação, com ênfase nas práticas de assessoria de imprensa que, em sua opinião, têm papel fundamental na construção do diálogo das instituições públicas com a sociedade.

Convênio

O curso é fruto de convite da Escola Superior de Jornalismo e do Gabinete de Informação (GabInfo) do governo de Moçambique. “O convite está relacionado tanto à minha experiência no Cedecom quanto à atuação como docente”, avalia a professora, lembrando que seu Departamento está encaminhando convênio para pesquisa e ensino com a África, no campo da comunicação. Com relação ao trabalho desenvolvido no Cedecom, Valéria esclarece que os moçambicanos demonstraram interesse em conhecer a estrutura e as experiências em rádio, televisão e em comunicação de conteúdo científico.

Doutora em Sociologia e Política pela UFMG, Valéria Raimundo desenvolve pesquisas na área de comunicação organizacional sobre a natureza dos vínculos no âmbito da dominação e seus tensionamentos no interior de dispositivos hierarquizados, com ênfase no imbricamento entre comunicação organizacional e processo de trabalho. Também investiga outras temáticas, como comunicação pública; organizações burocráticas e relações de poder; novas mídias e interação comunicacional em organizações, e comunicação e discurso organizacional. 

UFMG apoia criação da primeira universidade pública de São Tomé e Príncipe

Na última semana, o reitor da UFMG, Clélio Campolina, esteve em São Tomé e Príncipe, onde coletou informações para elaborar diagnóstico que dará suporte à criação da primeira universidade pública no arquipélago africano. “Trata-se de projeto importante, de cunho solidário e com forte viés humanitário. O Brasil deve ter os olhos voltados para os centros desenvolvidos e, ao mesmo tempo, manter solidariedade horizontal com os países da América Latina e da África”, comenta o reitor. Campolina participou de reuniões de trabalho no Ministério da Educação, Cultura e Formação e com representantes do Instituto Superior Politécnico (ISP), única instituição pública de ensino superior do país. Também fez visitas de trabalho à Escola de Formação de Professores Primários e Educadores, ao Centro de Aperfeiçoamento Técnico Agropecuário e ao Centro Politécnico de Formação Profissional.

A viagem de Campolina a São Tomé e Príncipe atendeu a pedido do Ministério da Educação (MEC) brasileiro e deu início a esforço de identificação das necessidades daquele país na área da educação, fundamental para que se elabore projeto pedagógico de uma universidade pública. “O governo brasileiro assumiu o compromisso de ajudá-los a construir uma universidade pública, que será a primeira do país, e a UFMG foi considerada a universidade federal mais qualificada para assumir essa tarefa”, explica Campolina, que vai apresentar ao MEC relatório com sugestões e linhas de ação.

“Temos que respeitar o que eles avaliam como linhas prioritárias. Daí a necessidade dessa visita, com encontros de trabalho”, explicou o reitor da UFMG. Antes da viagem, Campolina comentou que, a princípio, pode ser considerada a possibilidade de criação de cursos de formação geral em engenharia, para resolver problemas de infraestrutura e de saneamento básico. Outras áreas prioritárias podem ser a saúde, as ciências agrárias e a formação de professores, para fazer face à alta taxa de analfabetismo. “A prioridade é tentar melhorar as condições de vida da população”, disse Campolina.

Com relação aos recursos financeiros, o reitor informou que é necessário identificar fontes do Brasil e de outros países, além da viabilidade do apoio de instituições multilaterais, como o Banco Mundial.