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Nº 1857 - Ano 40
31.03.2014

UFMG mais acessível

Programa acadêmico e assessoria da Prograd fomentarão construção de política institucional de inclusão

Ana Rita Araújo

Projetos que promovam inclusão e acessibilidade na UFMG para pessoas com deficiência passam a contar com o apoio de programa instituído pela Pró-reitoria de Graduação (Prograd). Além de recursos para contratação de bolsistas – por meio de edital que recebe inscrições até 4 de abril –, o Programa Acadêmico de Promoção da Inclusão e Acessibilidade 2014 (Papia) tem como meta traçar perfil de demandas e iniciativas, contribuindo para a elaboração de política institucional para o setor. “Queremos criar uma rede colaborativa”, afirma Romerito Costa Nascimento, responsável pela diretoria acadêmica que assessora a Prograd e a Câmara de Graduação nos assuntos da área.

O próprio edital que disponibiliza bolsas para alunos de graduação (Prograd 02/2014) vai ajudar a construir um panorama das ações já desenvolvidas na Universidade. “Sabemos que há projetos em vários âmbitos – na pesquisa, na extensão, na produção de material didático e de tecnologias assistivas”, pontua Romerito, lembrando, contudo, que, em geral, são iniciativas desconectadas. “A UFMG é um celeiro de propostas e atividades. Temos a intenção de promover o contato entre todos e estimular a discussão de uma política institucional de inclusão”, esclarece.

Por meio de edital, cada projeto ou proposta cujo coordenador integre o corpo docente ou o quadro técnico e administrativo em educação da UFMG pode concorrer a bolsas – o número varia de uma a doze – para estudantes que vão prestar 20 horas semanais de trabalho, em período compatível com seu horário de aula. “O intuito é oferecer às pessoas que já trabalham ou têm interesse nessa temática a possibilidade de contar com bolsistas que ajudem a manter o projeto em funcionamento”, comenta Romerito Nascimento.

Censo

Os projetos devem atender um ou mais dos seguintes objetivos: oferecer bolsas para alunos de graduação participantes de projetos voltados à promoção da inclusão e da acessibilidade nos vários espaços da Universidade; garantir ações efetivas de inclusão e acessibilidade que busquem aprimorar situações pedagógicas, instrumentais e de pesquisa; estimular o desenvolvimento da sensibilidade às questões ligadas às pessoas com deficiência por meio da difusão de informações; promover a inclusão de alunos com deficiência no processo de construção do conhecimento; viabilizar estudos e construção de ferramentas e metodologias de ensino voltadas para pessoas com deficiência.

Entre as ações previstas pela assessoria acadêmica está a aplicação de censo para mapear a população de estudantes com deficiências ou necessidades especiais. Outra vertente do trabalho da assessoria, segundo Romerito, é a ideia de acolhimento e de atendimento humanizado. Localizado no sexto andar do prédio da Reitoria, o setor está aberto a demandas e sugestões de quaisquer membros da comunidade universitária, em visitas ao local, pelos telefones (31) 3409-4056 e 3409-4054 e pelo email papia@prograd.ufmg.br.

O edital que rege o processo de seleção dos projetos está disponível no site da Prograd.

Sentidos da evolução

Embora mais ligado ao campo da biologia, sobretudo a partir da obra de Charles Darwin, o conceito de evolução tem sido apropriado por diversas áreas do conhecimento. O debate sobre o tema entrou na pauta da Revista da UFMG, que abriu chamada de artigos para edição a ser publicada ainda no primeiro semestre. Os textos devem ser submetidos até 31 de maio.

“A temática é cara também a áreas como economia, música e história”, lembra a professora Heloisa Soares de Moura Costa, do IGC, integrante do Conselho Editorial da Revista. “O objetivo da edição é refletir questões como a aplicação da ideia de evolução aos processos de transformação social. O recurso a elementos da biologia para compreensão das sociedades humanas é alvo de críticas já que não atenderia à complexidade do tecido social”, exemplifica.

Débora D’Avila Reis, do Instituto de Ciências Biológicas, lembra que, na biologia, evolução não tem a conotação de desenvolvimento, como algumas áreas de conhecimento sugerem ao se apropriarem do termo; o sentido é o de transformação.

Outro participante das conversas que levaram à definição do tema, o professor Hugo da Gama Cerqueira, da Face, lembra que Charles Darwin era leitor de Malthus e influenciado pelo liberalismo econômico, e que autores importantes passaram a defender que a economia deveria ser tratada como uma ciência evolucionista. “Para Thorstein Veblen, por exemplo, a economia não estava à altura dos padrões modernos, porque lhe faltava a abordagem evolucionista”, diz Cerqueira, novo pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento da UFMG.

Os artigos para o v. 21, nº 1 da Revista da UFMG devem ser enviados à Comissão Editorial por meio do endereço revistadaufmg@ufmg.br ou pelo serviço dos correios (Av. Antônio Carlos, 6627, prédio da Face, sala 3.011, Belo Horizonte/ MG, CEP: 31.270-901).