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Nº 1902 - Ano 41
04.05.2015

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De classe mundial

UFMG figura entre as 300 melhores universidades em metade das áreas avaliadas pelo QS Ranking

Ana Rita Araújo

A UFMG está classificada entre as melhores universidades do mundo em 18 das 36 áreas do conhecimento avaliadas pelo QS World University Rankings by Subject, divulgado no último dia 29. Nesta quinta edição, o QS se debruçou sobre informações de 3.551 universidades, qualificou 2.186 e ranqueou 894, com base na análise de publicações, citações e reputação da instituição, obtida por meio de questionários aplicados em empregadores e pesquisadores. Na área de Farmácia e Farmacologia, a UFMG aparece na faixa das 51 a 100 melhores. Nas outras 17 áreas, também ocupa lugar de destaque, que vai até a faixa que compreende da 251ª à 300ª posição.

Considerando a série histórica do QS Mundial, na qual a UFMG está posicionada entre as 300 melhores universidades, o ranking por assunto revela áreas em que ela alcança posições mais altas. “Isso, de certa forma, retrata diferenças internas dentro da Instituição e destaca setores mais fortes, pelo menos de acordo com esses indicadores”, afirma o pró-reitor de Graduação, Ricardo Caldeira Takahashi.

Ao analisar a boa classificação da UFMG, ele adverte que nem todas as áreas de excelência da Universidade estão contempladas no levantamento, uma vez que o mapeamento de assuntos (Subject) utilizado na avaliação não corresponde exatamente às áreas de pesquisa das instituições. Devido às diferenças nas denominações, há casos como o de Ciências de Materiais – área na qual a UFMG está classificada na faixa 151-200 –, cujas pesquisas estão disseminadas entre diversos departamentos e programas de pós-graduação. “Provavelmente houve contribuições de pessoas de vários cursos para que a UFMG se posicionasse nessa faixa”, observa o pró-reitor, que é professor do Departamento de Matemática.

Segundo Takahashi, existem pesquisas na Física com interface para a área de Ciência de Materiais, mas o QS possui também a subárea “Física”. “Percebe-se, assim, que outra parte da Física foi contabilizada nesse assunto, porque os critérios deles não correspondem exatamente ao nosso ordenamento”, diz o professor.

Outro fator afeta a análise: o tamanho do banco de dados disponível no mundo. Takahashi explica que a definição de determinadas áreas, e não de outras, a serem classificadas, está fortemente ligada à quantidade de dados mundiais disponíveis “para gerar um ranqueamento razoável”. Esse parece ser o caso da Veterinária, em que estão citadas apenas as 50 melhores instituições do mundo.

Produção nacional

Outro aspecto que deve ser considerado, de acordo com Ricardo Takahashi, é a produção específica publicada em língua portuguesa ou em periódicos nacionais e, portanto, não contabilizada pelo QS. “É preciso ter cautela. Não se pode concluir que o que está fora do ranking não seja necessariamente de excelência”, pondera o professor. Como exemplo, ele cita a área de Educação, considerada de destaque na UFMG e com grande concentração de publicações nacionais. “Em algumas áreas, boa parte do que é relevante publicar destina-se a pares que estão no Brasil. Portanto, se fosse incluída no ranking, a Educação sofreria do mesmo impacto, isto é, parte expressiva da produção não apareceria nesses indicadores”, comenta o pró-reitor.

Ele enfatiza a importância de internacionalizar a produção científica, mas sem diminuir o empenho com a produção nacional, dimensão não contabilizada em rankings como o QS. Assim como na Educação, a pesquisa em Veterinária produzida na UFMG é considerada de destaque para padrões nacionais e internacionais, mas também tem grande parte de seus resultados publicados em periódicos locais.

[Matéria publicada no Portal UFMG, seção ­Pesquisa e Inovação, em 29 de abril]