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Nº 1909 - Ano 41
22.06.2015

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O sonho de 176 mil

Instituição que mais recebeu inscrições no Sisu, UFMG desperta interesse crescente fora dos limites de Belo Horizonte

Ana Rita Araújo

A percepção pública da UFMG como instituição de excelência e a ampla divulgação da política de acolhimento destinada a candidatos que precisam de assistência estudantil são fatores que podem justificar o recorde de inscrições alcançado pela UFMG nesta edição do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), avalia o pró-reitor de Graduação, Ricardo Takahashi. A presença da Universidade pela quarta vez consecutiva no Sistema amplia sua visibilidade, tornando-a opção para um número cada vez maior de candidatos.

Instituição mais procurada no país, com 176.285 mil inscritos, a UFMG registrou aumento expressivo na relação candidato/vaga – de 45, na edição do Sisu no início do ano, para 64 nesta edição. O curso mais procurado continua sendo Medicina, com 23.545 concorrentes para 160 vagas, o que resulta em 147 candidatos por vaga.

Takahashi também ressalta que a UFMG tem sido crescentemente procurada por pessoas de fora da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). “Em 2014, pouco menos de 20% do total dos alunos que entraram na UFMG eram do interior de Minas Gerais e de outros estados. Na edição 2015/1, esse percentual cresceu para 23%. Percebe-se interesse crescente de um público que extrapola essa região geográfica mais restrita”, analisa o pró-reitor.

Ele lembra que nem todos os que almejam estudar na UFMG efetivam essa opção no ato da matrícula, sobretudo os candidatos de outros estados. “O Sisu possibilita ao candidato pedir duas opções de vaga. Imaginamos que ele indique uma que seja a sua universidade dos sonhos e outra que seria a mais viável para frequentar. Na hora em que é chamado, o candidato tem de confrontar as condições e talvez a realidade bata mais forte nesse momento, e ele resolva que não dá para se matricular naquela em que gostaria de fato estudar”, conjectura o professor. “A princípio, a UFMG é a universidade dos sonhos de pelo menos 176 mil candidatos”, acrescenta.

O pró-reitor explica que, desde que aderiu ao processo de seleção unificada, a UFMG tem preenchido, na primeira chamada, em torno de 70% das vagas disponíveis. O restante é ocupado depois de duas ou três chamadas complementares. “Esse é o cenário instalado em todas as instituições que aderiram ao Sisu”, compara.

Visibilidade

Takahashi comenta que, nos últimos anos, a UFMG tem aparecido com maior visibilidade pública, como instituição bem estruturada e com ensino de qualidade, em rankings internacionais comparativos de instituições ou de cursos e em classificações nacionais de graduação e de pós-graduação.

Em sua opinião, a percepção pública da qualidade, fruto de uma discussão mais ampla sobre indicadores, favorece a UFMG. “Quando o ensino de qualidade e a busca por instituições de excelência se tornam algo publicamente discutido, as universidades que reúnem essas características naturalmente passam a ser mais procuradas”, observa.

Assistência

Desde o segundo semestre de 2014, a UFMG passou a fazer a análise dos pedidos de assistência estudantil no momento do registro inicial. “O aluno que se registra sai do processo sabendo se tem direito a algum auxílio, não fica meses na expectativa. Isso certamente é um estímulo para a escolha. E à medida que esses dados se tornam mais visíveis socialmente, o estudante pode decidir se candidatar à UFMG, tendo em vista que tais condições estarão disponíveis”, analisa Takahashi.

O pró-reitor comenta que, nessa política, estão incluídas a possibilidade de o estudante conseguir vaga na moradia universitária ou obter bolsas de auxílio moradia, manutenção ou transporte. “Evidentemente, podem concorrer estudantes que tenham uma condição socioeconômica que justifique o pedido”, ressalta.

Neste ano, para evitar concentração de alunos cotistas no mesmo momento e acelerar o processo de análise socioeconômica pela equipe da Fundação Universitária Mendes Pimentel (Fump), a Universidade procurou “diluir as chamadas dos cotistas mais ou menos uniformemente, de maneira a evitar picos de demanda”, explica o professor. “Esperamos chegar idealmente à situação em que todos os pedidos sejam analisados na hora. Se isso não for possível, nosso compromisso é o de oferecer as respostas em poucos dias”, diz.