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Nº 1922 - Ano 42
30.11.2015

Deu no ufmg.br

Caminhos interdisciplinares

Em colóquio organizado pelo Ieat, universidades discutem experiências de formação na graduação e pós-graduação

Exposição de cases de formação interdisciplinar feita por dirigentes das universidades federais da Bahia (UFBA) e do ABC (UFABC) marcaram os trabalhos do colóquio Educação Superior: dimensões e perspectivas transdisciplinares – cursos e percursos interdisciplinares, realizado no último dia 24, no auditório da Escola de Engenharia.

Constituída em março de 2005, a Universidade Federal do ABC tem a interdisciplinaridade em seu "DNA"."A Universidade nasceu com o princípio de que a ciência é, por natureza, multi e interdisciplinar", afirmou a professora Adelaide Faljoni-Alário, da UFABC, autora do projeto acadêmico-pedagógico que orientou a criação da instituição e coordenadora da área interdisciplinar da Capes.

A experiência da federal baiana, por sua vez, está ancorada na criação dos bacharelados interdisciplinares como uma inovação da estrutura curricular de universidades pré-existentes. Lá, esse movimento começou em 2007, a partir da implantação do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni).

A trajetória da UFBA conta com uma particularidade que a aproxima da UFMG: assim como a federal de Minas, a da Bahia foi concebida pela junção de faculdades e escolas pré-existentes, cuja vocação natural é de manutenção de suas estruturas autônomas. "Ainda hoje somos um arquipélago e não um continente. Mesmo depois de vários ajustes, temos ainda faculdades que resistem a se submeter à regra da não duplicidade de meios para um mesmo fim", comentou o professor Penildon Filho, pró-reitor de Ensino de Graduação da UFBA.

A UFBA mantém um sistema misto, com a oferta tanto dos chamados cursos de progressão linear (CPA) – as formações tradicionais, disciplinares – quanto de quatro bacharelados interdisciplinares (BI), com duração de seis semestres cada: Artes, Humanidades, Saúde e Ciência e Tecnologia.

Novos horizontes na UFMG

Durante o evento, o professor Ricardo Takahashi, pró-reitor de Graduação da UFMG, traçou um horizonte das perspectivas da Universidade sobre esse tema: "Estamos discutindo novas direções para a graduação, e uma das metas é que o conhecimento avançado e a interdisciplinaridade permeiem não só a pós-graduação, mas também a graduação", explica.

O pró-reitor relatou que já foram realizadas discussões individuais e coletivas com todos os diretores de unidades sobre essas mudanças e sobre as repercussões que terão nos cursos de graduação. "A próxima etapa é ampliar a discussão na UFMG. Pretendemos firmar um entendimento comum do diagnóstico, com o objetivo de formular soluções específicas para a instituição", afirmou Takahashi. Segundo ele, essa etapa do processo de reformulação da graduação deverá ser cumprida em 2016.

"Nossa disposição é fomentar a criação de outras experiências e rediscutir a forma como o ensino é realizado na Universidade", complementou o professor Estevam Las Casas, diretor do Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (Ieat) da UFMG. "Por isso, temos organizado essa série de colóquios", justificou.

[Versão resumida da matéria publicada no Portal UFMG, seção Notícias da UFMG, no dia 24 de novembro]