O Legado de Martim Afonso de Sousa e Dona Ana Pimentel na Formação do Brasil – Espaço do Conhecimento UFMG
 
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Entre dezembro e fevereiro de 2015, o Espaço do Conhecimento UFMG realizou a exposição O Legado de Martim Afonso de Sousa e Dona Ana Pimentel na Formação do Brasil. A mostra levantou questões sobre o papel do explorador português, a importância histórica atribuída à sua passagem pelo Brasil e a administração da colônia feita pelo casal, instigando a reflexão sobre as construções sociais, mitos e verdades que permeiam os personagens envolvidos.

A coordenação e a curadoria foram de Júnia Ferreira Furtado e René Lommez Gomes.

 

Um documento raro
O grande destaque da mostra é o testamento do casal, de 1533, doado ao Acervo de Obras Raras da UFMG em 1971. O documento, um dos poucos exemplares manuscritos da coleção da Galeria Brasiliana, trata das disposições finais de um dos primeiros exploradores e capitães donatários do Brasil e de Dona Ana Pimentel, que também participou da colonização do país depois que seu marido foi transferido para a Índia para ocupar o cargo de vice-rei.

A partir da exposição do testamento, diferentes eixos temáticos foram trabalhados com os visitantes. Coordenador do Núcleo de Expografia do museu à época, René Lommez Gomes explicou que o legado deixado pelo casal pode ser compreendido por vários vieses. “Trabalhamos com o testamento do casal e com os frutos gerados a partir dele, das releituras que lhes foram feitas ao longo do tempo. Para além de seu valor para a compreensão do processo de colonização do Brasil, este testamento foi a primeira peça comprada por Assis Chateaubriand para montar a Galeria Brasiliana – galeria que deveria inaugurar um museu de arte e história, similar ao MASP, em Minas, e que acabou desencadeando também a campanha nacional dos museus regionais.  Entretanto, assim que a coleção foi montada, as empresas de  Chateaubriand entraram em colapso e não foi possível finalizar o projeto.  Assim, em 1964,  a coleção foi emprestada à UFMG e, após a morte do empresário, as obras foram doadas oficialmente à instituição”, completa.

 

Transitar no tempo e no espaço
O primeiro módulo da exposição abordou a materialidade do aspecto documental do testamento. O segundo tratou da importância histórica do casal e de sua contribuição para a colonização do país no século XVI. Já a terceira seção adentrou o século XIX, refletindo sobre como os documentos deixados por Martim foram ressignificados, transformando e criando uma figura mítica desses personagens. Por fim, já se tratando de meados do século XX, a exposição abordou a história de Martim e Ana Pimentel sendo revisitada na formação do acervo da Coleção Brasiliana e, posteriormente, por meio do Acervo de Obras Raras da UFMG.

 

Publicação
Para além da exposição no Espaço do Conhecimento UFMG, a análise do testamento gerou o livro O Testamento de Martim Afonso de Sousa e de Dona Ana Pimentel, organizado por Júnia Ferreira Furtado, com textos de René Lommez Gomes, André Chaves, Diná Marques, Márcia Almada e Raquel Pereira. A publicação é da Editora UFMG.

 

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