Processaber – Espaço do Conhecimento UFMG
 
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De maio a de outubro de 2016, o Espaço do Conhecimento UFMG recebeu a exposição temporária Processaber, segunda mostra experimental derivada do projeto, iniciado em 2013, de concepção de uma nova exposição de longa duração, que envolveu um grupo interdisciplinar de professores e alunos da UFMG.

A primeira exposição realizada, O Assombro do Conhecer, esteve em cartaz no Espaço entre maio e agosto de 2015 e, posteriormente, foi montada no Campus Cultural UFMG em Tiradentes. Processaber, como o nome indica, propôs reflexões sobre alguns aspectos do processo do conhecer. Dentre esses, a mensuração e as tentativas humanas de padronizar, comparar e estabelecer unidades universais de medidas, inventar e construir instrumentos e índices.

Como medimos a felicidade? Um jogo interativo mostra como são estabelecidos índices como o de Desenvolvimento Humano (IDH) e o de Felicidade Interna Bruta (FIB). É possível medir a inteligência? Instrumentos, testes e aparelhos representam algumas de nossas tentativas de compreender o funcionamento da mente e do comportamento. E o que inventamos para medir o tempo, o tamanho, o peso, a profundidade e muitas outras coisas? Os visitantes podem descobrir o uso de uma variedade de objetos curiosos, que fazem parte do Museu do Cotidiano, coleção reunida por Antônio Carlos Figueiredo.

Outro aspecto importante que abordado é a utilização de modelos e protótipos no processo do conhecimento. Uma galeria composta de maquetes, manequins, formas de sapateiros e moldes de costureiras são exemplos daquilo que construímos e usamos para visualizar, conceber e compreender. Para que servem? Como funcionam? Quais são as limitações de cada modelo?

Os visitantes também podem interagir com um túnel de vento e uma pequena pista de pouso para testarem modelos de aeronaves de papel que eles irão fabricar no próprio museu. “Mas o que é o conhecimento?” “Alguns saberes são mais importantes que outros?” e “quem define o que é a verdade?”. A exposição irá contar com um Teatro da Verdade, com diferentes personagens debatendo sobre alguns desses aspectos.

Além desses aparatos expositivos, propõe-se a criação de novas histórias e narrativas para o Labirinto, dedicado às controvérsias científicas. A cada passagem, são colocadas questões e se segue para uma nova bifurcação, um beco sem saída ou uma saída precipitada do labirinto. O primeiro percurso a ser testado pelos visitantes trata de questões relacionadas ao uso de agrotóxicos.

A coordenação geral da mostra foi de Bernardo Jefferson de Oliveira, Cristiano Cezarino e Verona Segantini. A concepção das seções foi realizada por Bernardo Jefferson de Oliveira, Eduardo Viana Vargas, Luis Moraes Coelho, Marcos Vinicius Bortolus e Yuri Castelfranchi.

 

Associações sutis e recursos expográficos
Em todo o andar ocupado pela exposição, optou-se pela utilização de elementos que remetem às oficinas, à ideia de processo e de construção. Há também uma espécie de brincadeira com cores complementares que, ao longo da exposição, se neutralizam e convidam o visitante a perceber as interdependências, conexões e aproximações dos temas  trabalhados. “Nosso interesse não é, por exemplo, demonstrar as diferenças entre as formas de medir utilizadas pela ciência e no nosso cotidiano, mas pensar nas medidas e nas maneiras de conhecer o mundo, questioná-lo e interpretá-lo”, explicam Verona Segantini, Bernardo Jefferson e Cristiano Cezarino, coordenadores da exposição.

 

Olhar para o cotidiano
Ainda de acordo com os coordenadores da exposição, a importância da montagem está associada ao trabalho com as dimensões mais cotidianas da produção do saber. “Há muita mitificação em torno das formas de criação do conhecimento. Em geral, elas são associadas à ideia da ciência de ponta, laboratórios sofisticados etc. No entanto, os processos que geram o saber são semelhantes aos de que todas as pessoas se valem para organizar ideias, transmitir pensamentos, usando instrumentos e linguagens diferentes, mas equivalentes”, finalizam.

 

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