Café Controverso debate riscos e benefícios da Cirurgia Bariátrica

A obesidade, os benefícios e os riscos da cirurgia bariátrica serão discutidos no Café Controverso: Saúde em Pauta, no dia 28 de outubro, das 11h às 13h, na Cafeteria do Espaço do Conhecimento da UFMG. O debate, realizado pelo Espaço e promovido pelo Instituto Unimed-BH, será mediado pela professora titular aposentada da Faculdade de Medicina da UFMG Rocksane Norton e terá a participação do cirurgião geral Otaviano Augusto de Paula Freitas e da endocrinologista e metabologista Samara Nunes de Oliveira.

Segundo dados do Ministério da Saúde, de 2006 a 2016, a população obesa do país subiu de 11,8% para 18,9%, o que corresponde a quase uma pessoa obesa a cada grupo de cinco brasileiros. O número de pessoas com sobrepeso também aumentou, chegando a 54% da população em 2016. Para minimizar os riscos que o sobrepeso traz à saúde, tratamentos de reeducação alimentar e intervenção medicamentosa são indicados, e, em alguns casos, a cirurgia bariátrica, que tem ganhado cada vez mais espaço. Estima-se que, no Brasil, sejam feitos mais de 100 mil procedimentos do tipo anualmente, o que representa um crescimento de 20% no número ao longo dos anos, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM).

Segundo a médica Sâmara Nunes de Oliveira, existem dois tipos diferentes de tratamento para a obesidade. O primeiro consiste em uma mudança comportamental do paciente, e o segundo é a intervenção cirúrgica. “Quando o paciente chega ao consultório, é preciso avaliar o histórico de sua obesidade, em qual grau ele está, há quanto tempo esse quadro existe e se não há nenhuma outra doença associada. Assim, podemos indicar mudanças em seus hábitos alimentares, atividades físicas e, se preciso, também indicamos tratamento com medicamentos”, explica. A endocrinologista diz que todo o tratamento é individualizado, pois leva em consideração as características do grau de obesidade e da saúde de cada paciente.

Entretanto, em alguns casos, o tratamento comportamental não é suficiente, e o médico Otaviano Augusto de Paula Freitas, cirurgião geral e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, salienta que a cirúrgica é indicada, porém respeitando o protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde. “A cirurgia só é feita nos casos em que o Índice de Massa Corpórea (IMC) do paciente for maior que 40 ou maior que 35 e ele possuir alguma outra doença associada, como diabetes tipo 2, hipertensão, apneia do sono ou artrose”, explica. Entretanto, o médico afirma que, mesmo nos casos cirúrgicos, a mudança de hábitos é indispensável para que o paciente apresente uma constante perda de peso e não tenha nenhuma regressão no tratamento.