Café Controverso: violência contra a mulher – Espaço do Conhecimento UFMG
 
acontece | CAFÉ CONTROVERSO | Café Controverso: violência contra a mulher

Café Controverso debate sobre violência contra a mulher na última edição do ano

 

A cada uma hora e meia, uma mulher é assassinada no Brasil. Por dia, mais de quinze entram para as estatísticas que fazem do país o quinto do mundo com a maior taxa de mortes por violência de gênero, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

Mas a violência contra as mulheres começa muito antes da morte e a ultrapassa. Ela tem início dentro da própria casa, em sua maioria cometida por companheiros, familiares e pessoas próximas. E ecoa, também, em outros espaços: nos assédios em locais públicos, nos salários mais baixos e nas diversas formas de discriminação a que mulheres são submetidas todos os dias.

Debater as possibilidades de mudança desse cenário é a proposta da última edição do ano do Café Controverso – Violência contra a mulher: é possível reeducar?, que acontece no sábado, 18 de novembro, às 11h, na Cafeteria do Espaço do Conhecimento UFMG. A participação é gratuita.

O evento conta com a participação de Marlise Matos, professora do Departamento de Ciência Política da UFMG e coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre a Mulher (Nepem), e Leonardo Leite, psicólogo e coordenador de Grupos Reflexivos do Instituto Albam.

Um problema de saúde pública

As estatísticas mostram que a violência atinge mulheres de todas as idades, raças, classes e escolaridades, e já é considerada, no contexto brasileiro, como problema de saúde pública pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Por que a nossa sociedade é tão violenta com as mulheres?

Segundo Marlise Matos, professora do Departamento de Ciência Política da UFMG e coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre a Mulher (Nepem), as raízes do problema são profundas e começam desde a infância, com a diferenciação entre meninos e meninas.

“Estamos falando de processos de socialização de gênero que passam pela objetificação das mulheres, pela banalização do assédio, pelo ciúme excessivo dos companheiros, dentre outras formas de violência sutis”, ela afirma. A pesquisadora destaca que a rede de prevenção, apoio e combate à violência deve atuar em conjunto e precisa atingir não só as vítimas, mas também os agressores.

Um das iniciativas voltadas para os homens é o Instituto Albam, organização pioneira que desenvolve grupos reflexivos com os autores de violência em Belo Horizonte há quase 20 anos. Leonardo Leite é psicólogo e coordenador de grupos reflexivos de gênero na instituição e destaca a importância de projetos que atuem mais na responsabilização do que na penalização ou vitimização desses homens.

“Nós realizamos discussões acerca da história de vida deles e fazemos intervenções sobre as relações de poder que estabelecem. Apesar das diferenças entre cada um, observamos que há pontos em comum, como a forma como homens são educados em uma lógica patriarcal e machista, convocados a se assumirem socialmente como provedores e que não podem levar desaforo para casa, por exemplo. Todos esses são fatores importantes na construção das masculinidades”, ele destaca.

Marlise e Leonardo afirmam que a mudança começa nas escolas, com a educação de gênero pela igualdade, e no investimento em políticas públicas que atuem de forma efetiva no enfrentamento da violência.

Acompanhe o evento, também, nas nossas redes sociais.

 

Café Controverso
Violência contra a mulher: é possível reeducar?
Quando: Sábado, 18 de novembro, às 11h
Convidados: Marlise Matos, professora do Departamento de Ciência Política da UFMG e coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre a Mulher (Nepem), e Leonardo Leite, psicólogo e coordenador de Grupos Reflexivos do Instituto Albam
Onde: Cafeteria do Espaço do Conhecimento UFMG – Praça da Liberdade, 700, Funcionários, BH
Entrada gratuita