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Em oficina, cozinha e ateliê se encontram para potencializar a arte

quinta-feira, 21 de julho de 2016, às 10h20

Tintas e pincéis se misturam a temperos e aromas na oficina Cozinha da pintura, que estimula interessados em culinária e arte a buscar várias possibilidades de interação desses dois universos, o que inclui o uso de alimentos como pigmentos e experiências sensoriais na produção artística.

A oficina, que termina amanhã, na Casa da Gravura, da Escola de Belas-Artes, funciona como um ateliê-cozinha, no qual os participantes utilizam os cinco sentidos para entender melhor os alimentos e criar uma aproximação com a arte.

Enquanto alguns artistas-cozinheiros se aventuravam em receitas na cozinha, preparando chá, café e panquecas de banana, outros valiam-se do tato e da aproximação para entender as formas de frutas e verduras e melhor representá-las em tela e papel.

Foca Lisboa / UFMG Para explorar os outros sentidos, participante desenha de olhos vendados

Em uma das atividades propostas na oficina, os participantes observaram os alimentos que iriam desenhar, para depois, de olhos vendados, tocar e desenhar sem o auxílio da visão. A atividade demonstra que existem outros sentidos a serem explorados durante a produção, além de desobrigar os artistas da busca pela perfeição na execução das obras.

Rodrigo Carvalho / UFMG Lucas Emanuel durante a produção de arte inspirada na culinária

Estudante de direito e artista, Lucas Emanuel preparou panquecas de banana para todos os participantes. “Eu gosto muito deste ambiente de troca de referências, de conhecer técnicas e abordagens. Estou em busca de novos conhecimentos na área para desenvolver a sensibilidade artística”, disse Lucas.

A oficina é ministrada pelo artista Marcel Diogo, graduado em Pintura e licenciado em Artes pela UFMG. Ele deixa os participantes bem à vontade para se apropriar do espaço e materiais e buscar diferentes possibilidades de interação entre cozinha e ateliê.

Segundo Marcel, os sentidos devem ser utilizados para captar as texturas, as cores e sabores e para influenciar o produto final de uma obra - um alimento ou uma pintura. “A pintura é líquida, é fluida. Devemos entender como outros sentidos, além da visão, podem acrescentar algo a arte, de forma complementar e contínua”, afirmou Marcel.

No vídeo abaixo, produzido pelas Redes Sociais da UFMG, o artista dá mais detalhes da atividade e do seu método de trabalho.

(Rodrigo Carvalho)

Fonte: Agência de Notícias UFMG