Indicação: Ruben Caixeta de Queiroz, Departamento de Sociologia e Antropologia, FAFICH – UFMG
Período: 04 a 08 de novembro de 2013
Grande sábio e defensor não só das populações indígenas no Brasil, mas também do meio ambiente, Kopenawa já foi premiado pela ONU e luta há anos pela garantia do direito a terra para seu povo e possui biografia publicada em francês. É também um xamã, profundo conhecedor da cosmologia e do mundo no qual vivem os Yanomami.
Em 1988 recebeu o Global 500 Award das Nações Unidas – o mesmo prêmio concedido a Chico Mendes. Em 1989 recebeu o Right Livelihood Award, considerado o prêmio Nobel alternativo. Em 1999 foi condecorado com a Ordem do Rio Branco pelo Presidente da República do Brasil. Em 2008 recebeu uma menção honrosa especial do Prêmio Bartolomé de Las Casas, outorgada pelo governo espanhol, por sua luta em defesa dos direitos dos povos autóctones das Américas.
Em 2010 publicou juntamente com Bruce Albert (antropólogo francês que trabalha junto aos Yanomami desde 1975), o livro La chute du ciel: Paroles d’un chaman Yanomami, na França. Os relatos de Davi Kopenawa na língua Yanomami foram traduzidos para o francês por Bruce Albert (a obra encontra-se em processo de tradução para o português, espanhol e inglês), com inúmeras explicações em apoio ao leitor, tudo com o objetivo de transmitir o pensamento dos indígenas e dos xamãs aos brancos. Davi Kopenawa descreve sua vida, o contato predador dos brancos com o qual seu povo foi obrigado a se defrontar a partir de 1960, sua função xamânica e seu combate em favor da floresta amazônica e contra a ação predadora do “povo mercadoria”, os nabë, o povo branco.