A combinação de manifestações que ocorriam por todo o mundo, em particular na América Latina no Chile e Argentina, levando milhões de pessoas às ruas, em conjugação com governos populistas, como no Brasil, baseado em intensa movimentação via redes sociais, indicava-nos a possível fragilização, senão a falência, de um modelo clássico de governança política, baseado em instituições convencionais. Com o advento da pandemia, novas questões impuseram-se. O povo que estava nas ruas foi empurrado para dentro dos lares. Contudo, ainda que a pandemia tenha transformado o ambiente em vários sentidos, uma boa reflexão sobre o funcionamento das instituições, as ruas e as redes continua sendo válida e imperiosa. Este foi o foco do Ciclo IEAT 20 anos que debateu o tema “As instituições estão realmente funcionando? Povo nas ruas e populismo nas redes”.

A conferência contou com a participação dos professores Andrés Malamud, da Universidade de Lisboa, Gilberto Aranda, da Universidade do Chile, Bruno Reis, do Departamento de Ciência Política, e Geane Alzamora, do Departamento de Comunicação Social, ambos da Fafich-UFMG. A moderação foi feita pelo professor Dawisson Belém Lopes, diretor-adjunto de Relações Internacionais da Universidade.