Período da Residência: 1º de agosto de 2015 a 31 de julho de 2016

Residente do IEAT, professora Cláudia Cardoso Martins possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1974), mestrado em Educação Especial pela Universidade de Illinois em Urbana-Champaign (1979) e doutorado em Psicologia pela Universidade de Illinois em Urbana-Champaign (1984). Atualmente é professora titular do departamento de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais, onde coordena o laboratório de Psicologia do Desenvolvimento Cognitivo e da Linguagem.


A HIPÓTESE DO DÉFICIT FONOLÓGICO OFERECE UMA EXPLICAÇÃO SATISFATÓRIA DA DISLEXIA DO DESENVOLVIMENTO: EVIDENCIA DO PORTUGUÊS BRASILEIRO.

O projeto tem dois objetivos principais: 1) avaliar os perfis de leitura de crianças com dislexia do desenvolvimento em português com o objetivo de determinar sua habilidade relativa no que diz respeito a dois componentes importantes da leitura, a saber: a) a habilidade de ler através da recodificação fonológica, isto é, da tradução das letras ou grupos de letras em seus sons correspondentes; e b) a habilidade de reconhecer palavras familiares como um todo, rápida e automaticamente; e 2) examinar os correlatos cognitivos dos perfis encontrados com a finalidade de testar duas hipóteses alternativas da dislexia do desenvolvimento, quais sejam, a hipótese do déficit fonológico e a hipótese do déficit ortográfico. A hipótese do déficit fonológico é, atualmente, a explicação teórica dominante da dislexia do desenvolvimento. De acordo com essa hipótese, as dificuldades de leitura e escrita na dislexia do desenvolvimento resultam de um déficit no processamento fonológico, o qual compromete a habilidade da criança de aprender a ler através da recodificação fonológica, uma habilidade fundamental para o sucesso na aprendizagem da leitura em uma ortografia alfabética. Por outro lado, segundo a hipótese do déficit ortográfico, o problema central na dislexia do desenvolvimento resulta de um déficit na habilidade de mapear ou conectar as formas visual e fonológica das palavras e, consequentemente, na construção de um léxico ortográfico.

Pelas razões descritas no projeto, espera-se que a hipótese do déficit ortográfico ofereça uma explicação mais adequada da dislexia do desenvolvimento em português do que a hipótese do déficit fonológico.