Início da residência: 30 de novembro de 2020

Residente do IEAT, Claudio Paixão Anastácio de Paula é graduado em Psicologia pela Fundação Mineira de Educação e Cultura, mestre em Ciência da Informação pela UFMG e doutor em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo (USP). É professor Associado do Departamento de Teoria e Gestão da Informação (DTGI) da Escola de Ciência da Informação da UFMG. É coordenador do GEDII (Gabinete de Estudos da Informação e do Imaginário no Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação da UFMG (PPGCI/UFGM). É pesquisador do GECCI (Grupo de Estudos Cognitivos em Ciência da Informação) e do EPIC (Estudos de Práticas Informacionais e Cultura), ambos vinculados ao PPGCI/UFMG. É também coordenador do curso de especialização em “Gestão da Informação e Pessoas” (GIP) do Núcleo de Informação Tecnológica e Gerencial (NITEG) da ECI/UFMG.


CRENÇA E ECOSSISTEMAS DE DESINFORMAÇÃO: O PROBLEMA DA INFORMAÇÃO NA HIPERMODERNIDADE E A BUSCA DE UMA RESPOSTA TRANSDISCIPLINAR PARA UM FENÔMENO INTERDISCIPLINAR

O projeto pretende desenvolver as bases bio-psico-histórico-sociais para uma nova abordagem do campo informacional com vistas ao combate da desinformação a partir da compreensão da ecologia mental que a sustenta. Essa proposta será desenvolvida a partir da construção de uma ponte conceitual entre as concepções de schème (palavra que poderia ser traduzida em português como esquema mental) em Jean Piaget e Gilbert Durand, avaliando a adequação de sua incorporação a uma epistemologia crítica do campo e, consequentemente, à criação de uma abordagem integradora para as teorias que se dedicam ao entendimento do conceito de informação. A partir dessa elaboração, propõe-se caracterizar a ecologia mental da desinformação como sustentação da disseminação e da crença em informações falsas e associando-a à transposição da abordagem para modelos evolutivos de transferência de informações culturais proposta pela memética para o campo informacional. Finalmente, propõe-se a traçar um paralelo entre: 1) a utilização do termo schèma (em tradução aproximada para o português; esquema representado, diagrama) e da teoria da schematization pela Escola Esquematista da Ciência da Informação e 2) uma possível utilização do conceito schème e uma teoria da schemetization para sustentar a necessidade de construção de base para a redefinição do campo informacional. Argumenta-se que essa necessidade de redefinição é suscitada pelos problemas da condição hipermoderna e, a partir da abertura disciplinar que esse enfoque proporcionaria para diálogos teóricos entre correntes sociais, cognitivas, tecnológicas, políticas e econômicas envolvidas na discussão de problemas infocomunicacionais, se pretende definir um território informacional propositivo e voltado para a solução de questões prementes como a urgência da alfabetização midiática e de conscientização para a importância da comunicação online numa perspectiva crítica. O projeto prevê, como forma de materialização dos seus resultados em ações concretas, uma série de ações voltadas para a divulgação científica nos níveis da pesquisa, do ensino e da extensão tanto para tornar públicos os resultados da pesquisa tanto, quanto para a transformação dessas reflexões em ações práticas para o combate à desinformação.