Período da Residência: 01/02/2009 a 31/01/2010

Eduardo Fleury Mortimer é Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq, nível 1B. Formado em bacharelado e licenciatura em Química, na UFMG, em 1980, é também Técnico em Química, formado pelo Colégio Técnico da UFMG. Antes de ingressar na Faculdade de Educação da UFMG em 1983, como professor de Prática de Ensino de Química, trabalhou por 3 anos como químico em indústrias e lecionou química no ensino médio por 5 anos, em escolas de Belo Horizonte. Já como professor da UFMG fez seu mestrado em educação na casa, concluído em 1988. Em 1994, defendeu a tese de doutorado na USP intitulada Evolução do atomismo em sala de aula: mudança de perfis conceituais. Essa tese foi posteriormente ampliada e publicada pela Editora da UFMG, em 2000, sob o título de Linguagem e formação de conceitos no Ensino de Ciências. Em 1992/93 realizou um ‘sanduíche’ na Universidade de Leeds, Inglaterra, onde trabalhou com Rosalind Driver. Junto com o grupo de Leeds publicou Constructing Scientific Knowledge in the Classroom’ na Educational Researcher, que foi mais tarde traduzido e publicado em Química Nova na Escola. Esse artigo tem inúmeras citações na literatura internacional e tornou-se uma referência no sócio-construtivismo. Em 1998/99 Mortimer trabalhou com o Professor James Wertsch, na Washington University in St. Louis, EUA. Em 2003 publicou, junto com o Professor Philip Scott, da Universidade de Leeds, Inglaterra, o livro Meaning Making in Secondary Science Classrooms, que saiu pela Open University Press. Entre seus interesses de pesquisa destaca-se: a relação entre elaboração de conceitos científicos e o uso da linguagem em salas de aula de química e ciências. Trabalha também na pesquisa sobre formação de professores, pois coordena um grupo de formação continuada na UFMG – FoCo – com ampla tradição de pesquisa, produção de materiais e desenvolvimento profissional de professores. Tem interesse também em filosofia e história das ciências. Leciona regularmente, na pós-graduação, as disciplinas Linguagem e cognição na sala de aula e Educação e Conhecimento. Orienta estudantes de mestrado e doutorado. Sua atuação junto ao FoCo gerou material didático para o ensino médio, resultado de uma pesquisa de mais de 10 anos sobre elaboração de conceitos. Esse material gerou, em 2002, o livro Química, para o ensino médio, da série Parâmetros da Editora Scipione, escrito em parceria com Andréa Horta Machado. Eduardo Mortimer também foi coordenador do Programa de Pós-graduação em Educação da UFMG, diretor da Divisão de Ensino da Sociedade Brasileira de Química e membro do CA do CNPq na área de Educação. Atualmente é Presidente da Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, Editor de Educação em Revista, Contributing International Editor for Latinamerica and Caribe de Science Education, membro do Editorial Boarding de International Journal of Educational Research e do Journal of Research in Science Teaching, além de atuar como membro de Comitê Editorial e árbitro em várias revistas nacionais e internacionais das áreas de educação e de educação em ciências. Foi co-editor da Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências de 2001 à 2005 e editor coordenador de Química Nova na Escola de 2000 a 2007. Ainda, é também pesquisador I-B do CNPq e assessor da Capes e Fapesp. Além disso, em 2004/2005 esteve em Lyon, França, como professor e pesquisador convidado pelo CNRS e INRP.


O MODELO DE PERFIS CONCEITUAIS: ENSINANDO E APRENDENDO CONCEITOS CIENTÍFICOS

O projeto prevê a síntese do modelo de “Perfis conceituais”, o qual está sendo desenvolvido há mais de 10 anos. A proposta é sintetizar os percursos dos trabalhos empíricos, realizado por meio de teses de doutorado e dissertação de mestrado, para caracterizar: 1) A derteminação das zonas que constituem o perfil conceitual de conceitos centrais em ciência e fora dela: máteria, energia, vida, mente e o conceito musical de harmonia; 2) a investigação de como essas zonas aparecem em diferentes pessoas, de forma a caracterizar os perfis conceituais individuais; 3) e a investigação das relações entre as diferentes formas de pensar e modos de falar em salas de aula reais. Desde seu lançamentos em 1995, com o artigo Conceptual Change or Conceptual Profile Change (Mortimer, 1995), o programa de pesquisa vem se desenvolvendo principalmente no Brasil, com a produção de algumas teses defendidas na UFMG e com uma produção diversa em várias regiões do país.

Estão previstos três produtos principais a serem desenvolvidos durante o projeto: a publicação de uma obra, em inglês, a ser publicado pela Springer; a produção de uma obra, em português, com o o objetivo de explicar como o modelo de perfil conceitual, construído com o propósito de para explicar o desenvolvimento conceitual relacionado a alguns onto-conceitos centrais na ciência –- matéria, energia e vida -– pode ser extrapolado a outros campos disciplinares, das ciências humanas e das artes, de forma a cobrir espectro de conceitos mais amplos, incluindo os conceitos de mente e o conceito musical de harmonia. A terceiro produto é a publicação no International Handbook of Sciensce Education do artigo “The heterogeneity of discourse in the science classroom: the conceptual profile approach.”