Período da Residência: 01/08/2007 a 31/07/2008

Ricardo Hiroshi Caldeira Takahashi obteve os graus de bacharel e mestre em Engenharia Elétrica pela UFMG, em 1989 e 1991, e o de doutor em Engenharia Elétrica pela UNICAMP, em 1998. É docente na UFMG desde 1992, atuando desde 2002 no Departamento de Matemática. Desenvolve pesquisa nas áreas de Teoria de Controle e de Teoria da Otimização, sendo que nesta última vem estudando principalmente os temas da Otimização Multiobjetivo e da Computação Evolutiva. Seu currículo registra a autoria de 69 artigos publicados em periódicos científicos e 115 trabalhos em anais de congressos, que receberam até agora 620 citações segundo a base Web of Science, ou 776 citações segundo a base Scopus. Orientou ou co-orientou quinze teses de doutorado e dezesseis dissertações de mestrado já concluídas. Foi chair da 6th International Conference on Evolutionary Multicriterion Optimization (EMO 2011) e da 1ª Escola Luso-Brasileira de Computação Evolutiva (ELBCE 2009), e é membro do comitê organizador do próximo IEEE Congress on Evolutionary Computation (CEC 2013). Também é atualmente membro do Evolutionary Computation Technical Committee da IEEE Computational Intelligence Society. De 2007 a 2009, coordenou um projeto CAPES/GRICES de cooperação internacional. Neste momento coordena um projeto de cooperação internacional FP7 financiado pela Comunidade Européia, no âmbito das Marie Curie Actions. Foi um dos editores do Manual de Computação Evolutiva e Metaheurística (co-edição da Editora da UFMG e da Imprensa da Universidade de Coimbra) e da Enciclopédia de Automática (publicação da Sociedade Brasileira de Automática).


CONTRIBUIÇÕES À EPISTEMOLOGIA DA TÉCNICA: TEORIA DE CONTROLE E TEORIA DOS SISTEMAS EVOLUTIVOS

Tradicionalmente, o termo Filosofia da Técnica não vem sendo utilizado para fazer referência a estudos epistemológicos dos vários campos da ciência que se dedicam ao estudo de objetos construídos pelo homem (ou ainda ao estudo da possibilidade de construir tais objetos). Ao invés disso, tal terminologia vem designando o estudo da técnica como praxis. Talvez tal assimetria de sentidos dos termos Filosofia da Técnica e Filosofia da Ciência possa revelar uma importante lacuna no campo da Epistemologia. Até o presente, os estudos epistemológicos vieram sendo reservados para a análise das ciências naturais (Física, Química e Biologia, principalmente). Assim, algumas das ciências que vêm produzindo maior impacto no mundo contemporâneo têm simplesmente passado ao largo do campo de abrangência da Epistemologia. Podem ser citadas áreas diversas ligadas por exemplo às Tecnologias da Informação, às Tecnologias dos Materiais, e outras. Ao contrário do ponto de vista ingênuo que poderia imaginar que tais campos do conhecimento seriam estruturados como decorrência imediata de descobertas das ciências básicas, e cujos desenvolvimentos subsequentes seriam sempre decorrentes de novas descobertas ocorridas no “campo básico”, o panorama que de fato se observa é que nesse “campo da técnica” existe intensa atividade de pesquisa, tanto teórica quanto experimental. De fato, o “campo da técnica” se autonomizou e se diferenciou, ao longo do século XX, enquanto campo científico: a formulação de teorias serve para fundamentar a síntese de conjecturas, as quais servem como referências para o trabalho experimental. Tal dinâmica, embora típica da Filosofia da Ciência, tem escapado a esta enquanto objeto de estudo potencial. O projeto prevê o estudo, sob o ponto de vista da epistemologia, de duas áreas do conhecimento pertencentes a esse “campo da técnica”: a Teoria de Controle e a Teoria dos Sistemas Evolutivos.