Período da Residência: 06 de março de 2023 a 22 de dezembro de 2023

Departamento de Filosofia – FAFICH / UFMG

Walter Romero Menon Junior é Professor Adjunto do Departamento de Filosofia da UFMG. Linha de pesquisa CNPQ: Filosofia Contemporânea; Estética. Areas de interesse: Estética, Filosofia da Arte, Filosofia da Técnica, com enfase na relação entre estética, filosofia da linguagen, filosofia da técnica, teoria do conhecimento. Autores de interesse: Danto, Goodman, Kant, Schiller, A. Leroi-Gourhan, G. Simondon, J. Poulain. Pós-doutorado sob supervisão de Bernadette Bensaude-Vincent em 2015 no CETCOPRA,CENTRE DETUDE DES TECHNIQUES DES CONNAISSANCES ET DES PRATIQUES Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne Directeur : M. Alain GRAS. Doutor em filosofia pela Universidade Paris VIII sob supervisão de Jacques Poulain. Autor pela editora lHarmattan do livro lOeuvre dArt, lExpérience esthétique de la Vérité, 2010. Coordenador de subprojeto de Filosofia do PIBID- UFPR 2012-2013. Coordenador do Nectec, Núcleo de estudos de cultura da técnica departamento de Filosofia, UFPR. Membro do NAVIS, Núcleo de Artes Vísuais – departamento de História, UFPR. Membro do grupo SPECIES da Universidade Federal do Paraná. Coordenador de subprojeto de Filosofia PIBID UFMG 2021. Coordenador do PPG-Filosofia UFMG 2022-2023 Desde 1998 atua como artista plástico.


KANT E OS ESPECTROS. METAFÍSICA, SONHOS E FICÇÃO NAS ORIGENS DA INDÚSTRIA CULTURAL

O presente projeto tem por objetivo apresentar em linhas gerais o desenvolvimento da teoria dos espíritos empreendida por Kant no texto Os sonhos de um visionário explicados pelos sonhos da metafísica, publicado em 1766, com suas consequências epistêmicas e socioantropológicas. O ponto de partida é o esquema óptico do qual Kant lança mão para explicar os fenômenos de comunicação com os espíritos e sua relação com o esquema mesmo da percepção visual, bem como dos aparelhos de projeção espectrais usados em espetáculos e seances espíritas.

Nossa hipótese é que o texto kantiano faz parte, por seu estilo e tema, da vaga de publicações sobre visionários, aparições e espetáculos fantasmagóricos, que ganha volume a partir dos últimos decênios do século dezoito e se torna uma epidemia no século seguinte, dando início ao que mais tarde Adorno e Horkheimer chamarão de indústria cultural. Além disso, tendo em vista a centralidade que o regime onírico tem para o realismo capitalista nos termos de Mike Fischer, não é menos provável que neste se dê a continuidade estrutural do esquema kantiano e suas consequências espectrais. Assim, nosso objeto último, além de confrontar esse regime onírico coletivo, é o de investigar outras possibilidades de compartilhamento dos sonhos e sua relação direta com a sociedade, os regimes de territorialidade e temporalidade em sociedades não ocidentais, como alternativa ao modelo do realismo capitalista.