Período da residência: 04 de março a 31 de dezembro de 2024

Faculdade de Letras da UFMG

Tommaso Raso possui graduação em Letras e Filosofia (1988) e doutorado em Filologia Moderna (1994) pela Università de Napoli Federico II. Possui pós-doutorado na UFRJ, na Unicamp e na Universidade de Florença. Foi Teachng Associate na Universidade da Califórnia em Los Angeles, UCLA (1988-1990), professor na Universidade de Napoli L’Orientale (1993-96) e Professor Associado de Linguística Italiana na Università de Veneza, Ca’ Foscari (1996-2004). Desde 2004 é professor na UFMG, onde é Titular em Linguística desde 2012. Coordena o Laboratório de Estudos Empíricos e Experimentais da Linguagem (LEEL) da Faculdade de Letras. Coordenou as atividades da Luso-Brazilian Association of Speech Sciences (LBASS) de 2020 a 2022. Coordena acordos entre a UFMG e a Università di Firenze, a Università di Napoli Federico II e a Università di Napoli L’Orientale. É diretor científico da Coleção “Linguística para o ensino superior” da Editora “Parábola”. Tem atuado nas áreas de Filologia e Linguística Histórica, Linguística de corpora e Estudos da fala. Trabalha principalmente com o estudo da estrutura informacional e das ilocuções em corpora de fala espontânea e coordena os projetos C-ORAL-BRASIL (compilação de corpora de fala espontânea do PB) e C-ORAL-ESQ (compilação de corpora de fala esquizofrênica).


A COMPILAÇÃO DO CORPUS C-ORAL-ESQ E O ESTUDO DA FALA, DOS GESTOS E DAS EXPRESSÕES FACIAIS DE PACIENTES COM ESQUIZOFRENIA: EXTRAÇÃO DE MEDIDAS RELEVANTES

O projeto se insere dentro um projeto maior de compilação de corpora (de áudio e de áudio e vídeo) e estudo da fala espontânea do português do Brasil (projeto C-ORAL-BRASIL, coordenado por T. Raso e H. Mello). O objetivo deste projeto é a compilação e o estudo de corpora multimodais de pacientes com esquizofrenia. Em particular, o projeto prevê a conclusão do corpus C-ORAL-ESQ, constituído por gravações áudio de interações entre pacientes e médicos no Instituto Raul Soares e no Hospital das Clínicas, e a compilação parcial de um corpus multimodal do mesmo tipo de interação. A partir desses dados, o projeto se propõe a análise de alguns aspectos da fala dos pacientes em comparação com a fala não patológica. Algumas informações a serem analisadas podem ser extraídas automaticamente ou semi-automaticamente, enquanto outras precisam do trabalho de anotação de uma equipe treinada como aquela do laboratório Laboratório de Estudos Empíricos e Experimentais da Linguagem (LEEL) da Faculdade de Letras da UFMG. Podem ser extraídas automaticamente medidas que comparem a fala esquizofrênica e não patológica quanto a (i) duração dos turnos (em tempo, enunciados e palavras); (ii) complexidade na estrutura prosódico-informacional dos enunciados; (iii) quantidade de action units faciais por enunciado; (iv) tipo de action units utilizadas e sua intensidade. As principais medidas que precisam de anotação humana para serem extraídas são: (i) quantificação do tipo de unidades informacionais presentes; (ii) a avaliação das proeminências prosódicas funcionais do ponto de vista informacional; (iii) a quantidade e a qualidade de gestos manuais por enunciado; (iv) a relação entre action units e proeminências informacionais.