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Especial 1º Ano da Política de Periódicos UFMG: Beatriz Cendón e Wellington Marçal

sexta, 28 de outubro de 2016, às 12:00

Em outubro de 2016 comemoramos um ano da implementação da Política de Periódicos da UFMG. Para celebrar o momento, o Portal entrevista pessoas que estiveram conosco nessa trajetória. Hoje trazemos depoimentos de Beatriz Cendón e Wellington Marçal de Carvalho, membros do Comitê Gestor do Portal de Periódicos da UFMG. O Comitê tem como função assegurar o cumprimento da política ao longo do tempo e, de acordo com as necessidades que surgem, alterar ou criar novas ações.

Colaboração

Beatriz Cendón conta que sua parceria com a Política de Periódicos começou quando era coordenadora da pós-graduação na Escola da Ciência da Informação. Ela participou de uma reunião na qual a Vice-reitora Sandra Almeida anunciou o projeto do Portal, ainda em seu início. Beatriz se interessou pelo projeto e decidiu tentar contribuir de alguma forma. Na época, ela orientava um aluno de pós-doutorado que trabalhava com a criação de uma base de dados de citação de periódicos brasileiros.

Beatriz Cendón é Professora da Escola de Ciência da Informação

Beatriz Cendón é Professora da Escola de Ciência da Informação

“Eu e meu aluno marcamos uma reunião com Sérgio Cirino para apresentar esse projeto e o professor se interessou muito pelo trabalho”, ela lembra. O pós-doutorando era Max Cirino de Matos, que a partir desse momento participou ativamente da criação do portal, sendo um dos organizadores do Diretório e palestrante do 1º Ciclo de Formação de Editores.

A professora explica que foi natural ser convidada pelo Prof. Sérgio a fazer parte do comitê pelo seu envolvimento com o projeto desde o início. Além disso, a colaboração da Escola de Ciência da Informação era importante por causa de um dos papéis da Política: zelar pela qualidade dos periódicos e estabelecer critérios que fossem flexíveis, respeitando a área do conhecimento, o tipo de periódico, etc.

Outro integrante do comitê gestor é Wellington Marçal de Carvalho, diretor do Sistema de Bibliotecas da UFMG. “Tudo que envolva informação, nós, que trabalhamos nas bibliotecas do sistema da UFMG, nos sentimos convocados a também trabalhar e construir juntos. Os periódicos científicos estão em todas as nossas bibliotecas e fazem parte da nossa vida cotidiana, por isso entendemos que também é tarefa nossa construir algum tipo de organização nessa ordem”, ele afirma.

Wellington Marçal de Carvalho é diretor do Sistema de Bibliotecas da UFMG.

Wellington Marçal de Carvalho é diretor do Sistema de Bibliotecas da UFMG.

O diretor, inclusive, agradece o trabalho da equipe do Portal que ajudou a resolver uma demanda bem específica da administração da biblioteca universitária: “havia uma aba para os periódicos no site da Biblioteca com informações muito desatualizadas. Nós vinculamos essa aba ao Portal Periódicos UFMG, que está atualizado, e isso ficou resolvido, o que reforça o quanto uma construção coletiva surte efeito”.

Institucionalização

Wellington relembra que, observando como a universidade se movimentava em relação aos seus periódicos, ele se preocupava ao ver que não havia um esforço coletivo para tratar disso. Segundo ele, era preciso que algum órgão, setor ou grupo, oficialmente constituído, se debruçasse sobre essa questão para dar outro rumo.

Quando é instituído um grupo de trabalho que começa a mapear com mais consistência e cuidado esses vários periódicos da Universidade, é possível desenhar algumas estratégias de trabalho para otimizar tempo, recursos, qualificar e requalificar os periódicos produzidos na UFMG. Nasce assim a Política de Periódicos e seu Portal.

Uma grande preocupação de Beatriz, agora, é a institucionalização da Política. Segundo ela, ao longo da história da UFMG houve algumas inciativas de compilação de listas de periódicos, mas que nunca se concretizaram por não terem sido institucionalizadas.

Ela afirma que isso só começou a acontecer com a criação da Política de Periódicos e da série de ações conjuntas que são o Portal, o Diretório que será lançado em novembro, a Incubadora e os cursos e eventos realizados. Mas é preciso concretizar essa institucionalização: “Não basta pôr o portal lá, tem que formar os editores, tem que dar ferramentas para melhorar qualidade dos periódicos e chegar à internacionalização que a UFMG almeja. O Portal e a Política de Periódicos são o início disso e a Universidade precisa garantir sua continuidade, oferecendo estrutura para que esse projeto não seja interrompido”, ela avalia.

Impacto da Política

Wellington ressalta que, como gestor do sistema da UFMG, dialoga com outros sistemas de bibliotecas quase todos os dias e pode comparar como estamos em relação a este assunto: “eu vejo que em apenas um ano a UFMG avançou muito na organização dos periódicos, que são vitrine do conhecimento produzido na Universidade”.

Ele acrescenta que também percebe o poder de capilarização das ações da Política. “ Os ciclos de formação, por exemplo, vão muito além dos muros da universidade, porque a UFMG é uma marca que detém respeito na nossa sociedade e o que ela faz é observado o tempo todo por outras instituições”.

Para Beatriz, a Política já tem um impacto no estado e pode vir a ter impacto nacional: “a Política é um exemplo para a FAPEMIG, que está usando nossa experiência para fazer algo semelhante em Minas Gerais. Pelo que eu sei, não tem uma iniciativa desse porte no Brasil”.

Wellington também diz ter convicção que o trabalho está num rumo acertado ao ver a experiência que se construiu na UFMG servir de exemplo para a FAPEMIG começar uma política de periódicos para o estado de Minas Gerais. “Dentro da instituição a gente está num bom caminho porque é uma fase de sensibilização da comunidade para algo que é novo. Agora, também no âmbito estadual, demonstramos que estamos sendo bem avaliados por atores “externos””.

E concorda que é preciso continuar a investir nos ciclos de formação dos editores e trabalhar na consolidação do que está previsto na política. Um exemplo é a Incubadora, que inclusive é um dos pontos em que a Biblioteca Universitária atua como parceira efetiva do comitê gestor da política, uma vez que o espaço fica no segundo andar da Biblioteca Central.