Pais e mães devem recuperar sua própria confiança e reaprender a olhar e escutar seus filhos. O conselho foi dado pela professora da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Maria Aparecida Affonso Moysés, militante do Despatologiza – movimento pela despatologização da vida, em entrevista ao programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa, nesta quinta-feira, 13.

Na opinião de Maria Aparecida, vivemos uma epidemia de diagnósticos de transtornos mentais. Segundo ela, uma criança que age de forma diferente costuma estar pedindo ajuda, pois o modo de se comportar é um reflexo da relação consigo mesma e com o mundo. Ao se buscar um diagnóstico para a criança, ela não é acolhida: ao invés de aliviar um sofrimento, ela passa a ter outro, por ser rotulada.

Além disso, a especialista recomenda que se procurem profissionais que conversem, escutem e não façam um diagnóstico fácil e rápido. “É importante que o profissional tenha dúvidas. Qualquer pessoa que não tem dúvidas me preocupa”. Hoje, ela diz, até o Menino Maluquinho [personagem da obra do cartunista Ziraldo] correria o risco de receber um diagnóstico de hiperatividade.

Ouça a entrevista completa concedida à jornalista Luíza Glória:

 

Maria Aparecida Affonso Moysés apresenta a conferência A epidemia de transtornos mentais, que ocorre na sexta-feira, 21 de julho, a partir das 10h30, no Auditório A 102 do CAD 2, como parte da programação da 69ª Reunião da SBPC.