Uma aula de contemplação

Observatório da UFMG alia curiosidade leiga ao saber científico

bservação do céu, laboratório interativo, mapa eletrônico estelar, além de aulas sobre astronomia e luz. Quem for ao Observatório da UFMG, na Serra da Piedade, no dia 7 de abril, poderá participar de um amplo programa que harmoniosamente mistura astronomia, física e descontração. Coordenadas por seis professores do departamento de Física, as atividades são abertas ao público e começam às 17 horas. Os trabalhos contam também com a participação de 13 monitores e de vários colaboradores.

Quanto à observação, o destaque da programação do próximo sábado é a constelação Kappa Crucis, que faz parte do Cruzeiro do Sul, e poderá ser vista no telescópio principal. Conhecida popularmente como Caixinha de Jóias, a constelação tem estrelas de cores distintas (branco, azul e vermelho). "As cores estão relacionadas à temperatura ambiente e indicam a idade da estrela", explica o professor Renato Las Casas, um dos coordenadores do programa. Ele diz que o telescópio secundário estará voltado para três astros: Júpiter, onde as luas serão observadas em computador; Saturno, com vista dos anéis e detalhamento das falhas de Cassini, e a Lua, para observação de diversas crateras e mares, dentre os quais o da Tranqüilidade, onde o Homem desceu pela primeira vez. No pátio, oito telescópios amadores de diferentes tamanhos e características farão observações aleatórias, sob a supervisão de monitores. "O destaque é a possibilidade de observar a Nebulosa de Orion, um grande berçário de estrelas", antecipa Las Casas.

Enquanto não estiverem com os olhos voltados para o céu, os participantes poderão entender alguns segredos do firmamento e de sua observação em quatro aulas oferecidas pelos professores da UFMG. A primeira, cujo tema é Telescópios, começa às 18 horas. A segunda começa às 19h30 e tem como pauta O que é a luz. Às 21 horas, os professores tratam da Estrutura do universo e, às 22h30, das Últimas descobertas da astronomia.

Estão programados ainda um laboratório interativo sobre O que é a luz?, aulas para observação a olho nu e apresentação de mapa eletrônico do céu, com identificação de objetos. Haverá também televisões mostrando imagens comentadas de Marte, incluindo as últimas transmissões da sonda Mars Global Survey.

"Desde que iniciamos o projeto, há oito anos, o público não pára de crescer", comemora o professor Renato Las Casas, um dos coordenadores. Segundo ele, o programa, que acontece todo primeiro sábado de cada mês, tem boa aceitação popular porque a programação é criteriosamente selecionada para se relacionar com temas da atualidade. "Em junho, por exemplo, centraremos as observações em Marte, que estará quase em seu limite de proximidade com a Terra", explica. Outro fator que contribui para o sucesso do Programa, de acordo com Las Casas, é a curiosidade que as pessoas têm em relação ao espaço. "Todos somos curiosos quando o assunto é céu. Há séculos, o Homem oberva o firmamento e sempre encontra respostas para fenômenos aqui da Terra", raciocina.

Teatro

Em outubro do ano passado, a Igreja Católica construiu um anfiteatro na área próxima ao Observatório. Idealizado por Frei Rosário e construído entre pedras e ao ar livre, o Teatro das Bem-aventuranças conta com uma acústica perfeita e tem capacidade para receber cerca de 150 pessoas assentadas. A intenção da UFMG é aproveitar o espaço. "Estamos estudando um projeto de exploração do teatro para atividades culturais paralelas ao programa astronômico", diz Ronan Gontijo, coordenador de Assuntos Comunitários. Segundo ele, o palco é ideal para apresentações alternadas de pequenos grupos. "Podemos ter peças de teatro curtas e grupos musicais pequenos se revezando em apresentações para um público que aguarda a sua vez de observar o céu", sugere Gontijo.

 





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Nº 1312 - Ano 27 - 04.04.2001