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Nº 1361 - Ano 28 - 08.08.2002

UFMG apresenta Conservatório a empresários mineiros

Reitoria quer ampliar eventos no prédio,
espaço de integração com a população de Belo Horizonte

 

A Reitoria da UFMG deu um passo decisivo para oferecer à cidade um importante espaço para realização de cursos, palestras e espetáculos. Na semana passada, a reitora Ana Lúcia Gazzola reuniu-se com cerca de 50 empresários mineiros e lhes apresentou oficialmente o Conservatório UFMG como local propício a abrigar eventos de natureza e porte variados. A proposta da Reitoria é abrir definitivamente as dependências do prédio para a sociedade, como forma de estreitar ainda mais as relações com os moradores da capital mineira. "A UFMG, maior Universidade do estado, habita Belo Horizonte. Precisamos ampliar a relação com a cidade que a acolhe tão bem", ressaltou a reitora.

Durante o encontro, organizado em parceria com o Sindicato de Empresas de Promoção, Organização e Montagens de Feiras, Congressos e Eventos de Minas Gerais (Simdiprom/MG), Ana Lúcia Gazzola ressaltou a importância das atividades de extensão da UFMG, que só em 2001 foram responsáveis pelo atendimento a 3,5 milhões de pessoas. Lembrou, ainda, o papel do Conservatório na ampliação do contato com a sociedade. "Isso é função da universidade pública. O Conservatório, espaço de vasta vocação cultural, é o local apropriado a abrigar eventos e receber a comunidade", afirmou.

O presidente do Simdiprom/MG, Nélson Cunha, destacou a importância da UFMG como vanguarda do ensino em Minas Gerais e ressaltou a vocação artística do Conservatório. "Aqui se formaram grandes músicos. E, hoje, transformou-se num excelente espaço para realização de cursos, espetáculos e eventos técnicos e científicos", disse.

O diretor-executivo da Fundep, José Nagib Cotrim Árabe, relembrou a história de construção e funcionamento do prédio e os processos de restauração e revitalização implementados a partir de 1998: "As características históricas do espaço foram preservadas. Hoje, o Conservatório é capaz de abrigar eventos de peso". Segundo o diretor do Conservatório UFMG, Rogério Saleme, o encontro com empresários foi interessante por ampliar a possibilidade de utilização do prédio, localizado numa região estratégica de Belo Horizonte. "O Conservatório pode oferecer e ampliar o contato entre os belo-horizontinos", afirmou.

Após a solenidade de abertura, empresários e representantes da administração central da UFMG assistiram a um concerto de piano executado por Celina Szrvinski e Miguel Rosselini. Em seguida, visitaram as instalações do Conservatório e participaram de coquetel de confraternização.

Prédio é tombado pelo Iphan

Inaugurado em 1926 pelo governo de Minas Gerais, o prédio nasceu como sede do Conservatório Mineiro de Música. Em 1950, foi incorporado ao patrimônio da então Universidade de Minas Gerais, hoje UFMG, passando a abrigar a sua Escola de Música. Tombado pelos institutos de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Estadual (Iepha), o espaço abrigou a graduação em Música até 1996, quando a Escola foi transferida para o campus Pampulha. Em 1997, o prédio do Conservatório foi emprestado à Prefeitura, quando, entre outros eventos, serviu de sede ao Encontro das Américas, realizado em Belo Horizonte, e às comemorações do centenário da capital mineira. Um ano depois, a UFMG investiu na revitalização e restauração do espaço, inclusive com a construção de um anexo.

O Conservatório conta com quatro salas de aula, dois auditórios, além de ampla área de convivência. O anexo inaugurado no ano passado inclui livraria da Editora UFMG, espaço para eventos culturais e um bistrô. Este ainda não entrou em operação. "Estamos buscando parcerias para que isso aconteça", informa Rogério Saleme.

 

Índios visitam Editora e Cedecom

Um grupo de cerca de 20 índios, das etnias maxakali, xacriabá e pataxó, visitaram a Editora UFMG e o Cedecom, no dia 1º de agosto. Acompanhados pelo professor Maurício Gontijo, eles conheceram os processos de editoração de livros, diagramação e publicação de jornais e produção para TV.

A visita integra o laboratório intercultural promovido pela UFMG até o final desta semana. A atividade oferece 80 horas de oficinas a índios com ensino médio completo, e pretende criar bases para a criação de metodologias de ensino e pesquisa adequadas à formação superior indígena. Além da Editora e do Cedecom, os índios visitaram todas as bibliotecas, a Imprensa Universitária e a Escola de Música. Muitos deles são professores em suas aldeias e alguns nunca tinham entrado numa universidade.

"Ao promover esse contato, a UFMG nos ajuda a entender o funcionamento de uma universidade. Assim, estamos nos preparando para freqüentar um curso superior", afirmou o pataxó Valmores Conceição da Silva, que integra a Comissão de Professores Indígenas do Ministério da Educação. Para Valmores, a formação universitária é muito importante para os povos indígenas, pois "estudando fora a gente começa a fazer parte do mundo, podendo ensinar e preparar melhor nossos jovens para conviver com sociedades não-indígenas."