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Nº 1361 - Ano 28 - 08.08.2002

UFMG perde 15% das bolsas de
iniciação científica financiadas pelo CNPq

Crise financeira e falta de cadastramento
dos grupos de pesquisa motivam os cortes

 

UFMG acaba de perder 15% do número de bolsas de iniciação científica (IC) custeadas pelo CNPq, uma das maiores agências de fomento do país. A perda, superior à média nacional de 10%, resulta de dois fatores: cortes no orçamento da agência e falta de cadastramento dos grupos de pesquisa da Universidade no sistema de informações do CNPq, critério determinante na distribuição de recursos.

Segundo o pró-reitor de Pesquisa, José Aurélio Bergmann, se comparada à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), instituição do mesmo porte acadêmico, a UFMG foi penalizada na nova distribuição de bolsas. Nos últimos seis anos, a Universidade recebia por ano 614 bolsas de IC, reduzidas agora para 522. No mesmo período, a UFRGS tinha 601, perdeu 13 (2%), ficando hoje com 588.

Os critérios utilizados para o contingenciamento de recursos consideram o número de ex-bolsistas de IC do CNPq entre 1994 e 1999 que obtiveram títulos de mestre ou doutor, e o número de pesquisadores da instituição cadastrados na versão 5.0 do software Diretório dos Grupos de Pesquisa da agência, incluindo aí os que detêm bolsa de pesquisa vinculadas à agência ou orientam alunos de pós-graduação. "Queremos alertar os pesquisadores da UFMG para a necessidade de se manterem atualizados no sistema de informações do CNPq", diz o pró-reitor, ao lembrar que as agências de fomento estão utilizando, de forma progressiva, este instrumento para definição de prioridades e políticas de Ciência e Tecnologia no país. Por isso, Bergman considera fundamental que pesquisadores e orientadores potenciais mantenham atualizados seus Currículos Lates e estejam vinculados a grupos oficiais de pesquisa.

A falta de cadastramento dos pesquisadores da UFMG fica evidente nas informações obtidas junto ao próprio CNPq. Na versão 4.0 do banco de dados, havia 400 grupos de pesquisa da Universidade. Aproximadamente 40 não atualizaram dados na versão 5.0, "o que não significa que foram extintos", ressalta o pró-reitor. "Somados a cerca de cem novos grupos recentemente credenciados, teríamos um potencial aproximado de 500 grupos de pesquisa na UFMG", conclui Bergmann.




Bolsas de Iniciação científica


1. Bolsas institucionais
• Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) do CNPq - 522 bolsas anuais
• Programa de Bolsas Institucionais de Iniciação Científica e Tecnológica (Probic) da Fapemig - 220 bolsas anuais
• Programa de Aprimoramento Docente (PAD),
da UFMG, mantido com recursos gerenciados pela
Pró-Reitoria de Graduação - 165 bolsas

2. Bolsas IC vinculadas ao pesquisador
249 do CNPq (dados de abril de 2002)
71 da Fapemig (dados de julho de 2002)

3. Bolsistas IC voluntários: 540

 

Passaporte para a pós-graduação

os 20.872 alunos de graduação da UFMG, 1.319 estão vinculados oficialmente a programas de iniciação científica (IC). As bolsas de IC pagam R$ 241,50 mensais. Mas não é apenas a bolsa que atrai os estudantes para a IC. Uma recente consulta, com resposta espontânea, detectou que há outros 540 alunos voluntariamente engajados em pesquisas de iniciação científica. Para José Aurélio Bergmann, este número pode estar subestimado.

Apesar de o levantamento realizado este semestre pela PRPq revelar que 42,8% dos ex-bolsistas de IC graduados na UFMG ingressaram em programas de pós-graduação da própria Universidade, este número é mais expressivo em outras instituições, como apontam dados do CNPq. "O foco das agências de fomento é justamente acelerar a graduação e a ida dos alunos para a pós", comenta Bergmann, que acredita não ser exatamente esta a postura da UFMG. Na sua opinião, quando contrastada com outras instituições, a IC da UFMG parece estar mais voltada para enriquecer a formação acadêmica na graduação, independentemente do futuro profissional do aluno. "O papel da IC precisa ser melhor discutido na UFMG", sugere. Para ele, "é inegável o impacto dos programas de bolsas de pesquisa no ensino da graduação, pois incorporam de forma harmoniosa a prática científica à teoria".

PRPq lança edital de apoio a projetos
estruturantes de pesquisa


Estão abertas as inscrições ao Programa de Auxílio para Projetos Estruturantes de Pesquisa, que destinará R$ 192 mil do Fundo de Apoio Acadêmico da Fundep a propostas que serão julgadas e aprovadas pela Câmara de Pesquisa — ampliada com a participação dos comitês assessores da Pró-Reitoria — e pela Câmara de Pós-Graduação.

Segundo o pró-reitor José Aurélio Bergmann, esta modalidade de apoio
busca induzir a articulação entre grupos de pesquisa, para elaboração conjunta de projeto multidisciplinar que tenha como meta a geração de conhecimento e tecnologia de aplicação relevante no âmbito regional ou nacional. Para concorrer aos recursos, o projeto também deve produzir impacto na formação discente e possuir capacidade de buscar recursos externos à Universidade.

O primeiro edital do programa foi publicado em 2001 e recebeu propostas de grupos de 15 unidades acadêmicas, que necessitariam de aporte financeiro de R$1,2 milhão. "A qualidade dos projetos analisados e não contemplados face à disponibilidade dos recursos aponta para o elevado impacto deste tipo de apoio", ressalta Bergmann.

O edital está disponível na Internet (www.ufmg.br/prpq) e as inscrições encerram-se no dia 18 de outubro.