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Nº 1433 - Ano 30 - 08.4.2004

Unidades acadêmicas adotam medidas
para economizar R$ 942 mil

Ana Rita Araújo

edidas emergenciais para redução de custos estão sendo adotadas em todas as unidades acadêmicas da UFMG, com o objetivo de economizar R$ 942 mil, que equivalem a 16,5% do seu gasto com pessoal terceirizado, com exceção da área de limpeza. O percentual foi definido pelos próprios diretores, em reunião realizada no início de março.

Os ajustes financeiros nas unidades acadêmicas são uma nova etapa na programação de cortes, que tem por objetivo adequar as despesas do ano ao orçamento disponível e evitar um déficit de R$ 6,8 milhões. Por determinação da Reitoria, as medidas de contenção de gastos atingiram inicialmente a Administração Central (Reitoria, unidades administrativas II e III), nas áreas de telefonia, reprografia, material de consumo e pessoal terceirizado.

Também foram reduzidas as cotas de consumo de combustível e desligados os aparelhos de ar-condicionado de conforto em toda a Universidade. Com o objetivo de identificar as possibilidades de ajustes, necessários para atingir a meta de economia, os diretores das unidades acadêmicas solicitaram a visita de uma comissão, composta por técnicos e pelos pró-reitores de Administração, de Planejamento e de Recursos Humanos. As reuniões nas unidades, realizadas entre 9 e 25 de março, resultaram em estudos detalhados e em medidas que já começam a ser adotadas.

Autonomia

Aprovado o índice de economia a ser alcançado, os diretores tiveram autonomia para efetuar restrições em diferentes setores _ redução de bolsas de trabalho e cortes além dos 20% já estabelecidos em energia elétrica, em telefonia, pessoal terceirizado de portaria e vigilância, ou na rubrica Outros Custeios e Capital (OCC), recebida mensalmente pelas unidades acadêmicas.

Após avaliar as condições específicas, cada unidade definiu diretrizes para atingir a meta estabelecida. A Faculdade de Medicina, por exemplo, decidiu que fará cortes no consumo de telefonia e na rubrica OCC, para impedir desfalques drásticos em seu quadro de pessoal. No Instituto de Ciências Biológicas (ICB), há previsão de queda no consumo de energia com o final das obras da Faculdade de Farmácia, previsto para maio. Além disso, recursos do Projeto CT-Infra 03 foram usados para criar no ICB uma rede elétrica suplementar, alimentada com um gerador a diesel, para atender os equipamentos que não podem ficar desligados por longos períodos, tais como os refrigeradores e freezers, espectrômetro de massa, seqüenciadores de DNA e sintetizadores de peptídeos. Esta rede deverá ser ligada sempre no horário de pico, resultando em economia na conta de energia.

Já no Instituto de Ciências Exatas (ICEx), cuja meta de consumo é de R$ 89 mil, o Laboratório de Análise de Combustíveis assumirá os gastos com o pessoal de portaria relativos à sua área de serviço, o que equivale a R$ 6 mil mensais. A Escola de Ciência da Informação, que precisa economizar R$ 25 mil, optou por dispensar apenas um funcionário terceirizado e atingir sua cota com redução de 20% nos gastos com telefone e 15% em OCC. A Escola também prevê uma economia a longo prazo, com o fechamento de algumas das 12 porta-rias do complexo de prédios Fafich, Escola de Ciência da Informação e Faculdade de Letras.

Na Escola de Arquitetura, a diretoria criou comissão de eficiência energética. A Faculdade de Direito reprogramou os elevadores, para que alguns sejam desligados em determinados horários. Em praticamente todas as unidades serão adotadas soluções mais econômicas na substituição de pessoal terceirizado.

Prestação de serviços

Apesar do esforço para conter gastos, a Universidade ainda fecharia o ano de 2004 com um déficit de R$ 1.230.916, segundo projeção da Pró-Reitoria de Planejamento. Para cobri-lo, a saída seria aumentar receitas. Nesse sentido, o Conselho Universitário acaba de aprovar, em caráter emergencial e provisório, o aumento de 2% para 5% da taxa de prestação de serviços _ regulamentada pela Resolução 10/95 _ que se destina à Administração Central. Esse percentual incidirá sobre o faturamento bruto de todos os contratos e convênios de prestação de serviços.

ICB economiza água

raças a um novo sistema de purifica- ção, o ICB está economizando cerca de seis mil litros diários de água. A implantação de um equipamento que retira os íons da água _ para torná-la adequada ao uso em experimentos _ substituiu com vantagens os antigos destiladores, que, além do alto consumo de energia elétrica, provocavam grande desperdício.

O projeto, em funcionamento há um mês, é parte da política de economia que o ICB vem desenvolvendo desde o final do ano passado. "A água sem íons tem diversas utilidades nos laboratórios do Instituto e, para obtê-la, substituímos os destiladores por um método que reduz o consumo de energia elétrica, proporciona o uso racional da água e alcança um índice de purificação ainda maior", diz o diretor do ICB, Carlos Alberto Tavares, ao lembrar que há outros estudos de economia em andamento, como o aproveitamento da água de uma mina natural subterrânea no Instituto.

Vantagens

Instalados em cada laboratório, os destiladores aquecem a água e a resfriam em seguida, para obter o produto capaz de ser usado em soluções e experimentos. Para cada litro destilado, o equipamento descarta outros 25 litros de água. Já a deionização funciona a partir de um sistema centralizado, que capta a água fornecida pela Copasa, faz a troca iônica em colunas preparadas com uma resina especial e a distribui aos laboratórios por um sistema de tubulação que percorre 1,6 quilômetro pelos quatro andares do prédio.

A empresa R. Chapman, que elaborou o projeto, conseguiu a doação das colunas e da resina para a Universidade, tendo cobrado apenas pela instalação do equipamento.