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Nº 1446 - Ano 30 - 8.7.2004

 

Rede.Lê ganha prêmio em São Paulo

Ana Rita Araújo


Foto: Alexandre C. Mota


Rede de Inclusão e Letramento Digital ( Rede.Lê ), projeto implementado pela UFMG, venceu o Prêmio VII Conip de Excelência em Informática Aplicada aos Serviços Públicos na categoria Projetos _ Fortalecimento da Cidadania . Foi a única iniciativa de Minas premiada na modalidade Projetos , que avalia o potencial de transformação da realidade através das tecnologias e sua viabilidade.

O prêmio foi entregue no último dia 24, em São Paulo, durante o Congresso de Informática Pública , considerado o fórum brasileiro de exposição das principais aplicações das tecnologias de informação em projetos de modernização do serviço público.

Cerca de 2.300 pessoas e 270 palestrantes estiveram presentes na décima edição do evento, que apresentou reflexões e experiências práticas do uso das tecnologias relevantes no dia-a-dia. Mais de 200 trabalhos foram inscritos para concorrer ao Prêmio Conip, que tem como objetivo identificar e divulgar as iniciativas de modernização da administração de todas as esferas governamentais, bem como ONGs e fundações que contribuem para o fortalecimento da cidadania e da gestão pública.

Com o diferencial da mobilização para a cidadania através da produção coletiva do conhecimento, o projeto forma redes que envolvem comunidades com características distintas, como remanescentes de quilombos, escolas públicas, jovens da periferia e índios. "A Rede.Lê é mais do que uma rede de acesso à Internet, é um projeto que desenvolve metodologias para adaptar a tecnologia à identidade do local. É uma proposta que casa tecnologia e cultura", define a professora Regina Helena Alves da Silva, diretora do Centro Cultural e uma das coordenadoras do projeto.

Inclusão

A Rede de Inclusão e Letramento Digital (Rede.Lê) é um projeto realizado pela UFMG, através do Centro Cultural, Observatório da Juventude da Faculdade de Educação e do Laboratório de Software Livre, do Departamento de Ciência da Computação, em parceria com o Ministério das Comunicações, Prefeitura de Belo Horizonte e ONG Associação Imagem Comunitária.

O projeto busca a inclusão social e o exercício da cidadania através da produção coletiva e do intercâmbio de diferentes experiências entre grupos e comunidades. O fundamento da Rede.Lê é a interação de realidades particulares em prol da produção de conhecimento. Ao se organizar em torno de planos comuns, os grupos integrantes do projeto compartilham não só o mesmo território, mas interesses, necessidades e desejos coletivos, constituindo uma comunidade física e virtual.

A Rede adota a Plataforma Libertas _ software livre desenvolvido pelo Departamento de Ciência da Computação da UFMG _ que, por ser de código aberto, permite não só o acesso gratuito a programas, como possibilita que o usuário modifique, crie e recrie estes programas a partir das demandas de cada comunidade.

Dezenas de comunidades mineiras já estão mobilizadas em torno de práticas culturais, redes de informação e do exercício do direito ao acesso público às novas tecnologias e aos meios de comunicação. São 18 núcleos dotados de telecentros espalhados pela região metropolitana de Belo Horizonte (nove escolas públicas municipais, Centro Cultural UFMG, Associação Imagem Comunitária, Centro Cultural Tambolelê, Aglomerado de Vilas e Favelas da Serra e comunidade dos Arturos, em Contagem) e interior de Minas Gerais (Serra do Cipó, Montes Claros, Diamantina e Nação Xacriabá, em São João das Missões, no Vale do Rio Doce).


Projeto de fim de curso
vira revista feminina

Um projeto de final de graduação desenvolvido por três jornalistas formadas pela UFMG acaba de se transformar na primeira revista de circulação local voltada para o público feminino. É a Retroz , que chega para expandir o leque de assuntos tratados pelas demais publicações do ramo. "Nossa proposta é lançar um novo olhar sobre assuntos já tratados em outras publicações femininas, e agregar tópicos ainda não explorados. Retroz não faz jornalismo de serviço, nossa intenção é fugir dos estereótipos femininos", explica a jornalista Priscilla Santos, uma das idealizadoras da iniciativa junto com as também jornalistas Andrea Murta e Ludmila Rodrigues, também graduadas pela UFMG.

Lançada esta semana na capital mineira, a publicação traz, em sua primeira edição, reportagem sobre a sexualidade de mulheres com deficiência física e o ensaio de moda realizado com as personagens da mesma matéria. Retroz publica, ainda, entrevista com a fotógrafa mineira Daniela Goulart, que revela seus projetos e revê tradicionais conceitos de arte; depoimentos de jovens ao redor do mundo sobre as repercussões do atentado de Madri; e matéria sobre o projeto Paisagem Submersa , com fotografias de João Castilho, Pedro David e Pedro Motta. O primeiro número de Retroz, que tem periodicidade bimestral, foi patrocinado pelo Banco BMG.