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Nº 1526 - Ano 32
13.04.2006

Flora brasileira cai na rede

Obra que registra diversidade botânica nacional ganha
versão na internet

Maíra Rodrigues

em anos após a publicação de seu último volume, em 1906, a Flora brasiliensis ganha uma versão on-line. Três quartos da obra, considerada a principal referência sobre a flora brasileira, acaba de ser disponibilizada na Internet. Produzida durante mais de 60 anos – entre 1840 e 1906 –, a obra, escrita pelo médico e botânico alemão Carl Friedrich Phillip von Martius (1794-1868), foi publicada em 15 volumes, num total de 10.367 páginas.

Von Martius viajou pelo Brasil durante três anos, numa expedição financiada pela Bavaria, Áustria e Brasil, e contou com a colaboração de 65 especialistas de vários países. Estima-se que existam 50 mil espécies de angiospermas no país, das quais 22.767 estão reunidas na Flora brasiliensis.

A publicação de uma versão on-line da coletânea é saudada com entusiasmo por pesquisadores brasileiros. Para o professor Alexandre Salino, do departamento de Botânica do ICB, trata-se de obra de consulta obrigatória para qualquer botânico, uma vez que algumas das espécies descritas não foram revisadas. “A questão do custo também é relevante. Um fac-símile dessa obra pode custar cerca de R$ 15 mil. Agora, ela está acessível para qualquer um que quiser consultá-la”, ressalta o professor.

Seu colega do mesmo departamento, João Renato Stehmann, lembra que boa parte do conhecimento acumulado sobre a flora brasileira está descrito nas páginas da obra. “As amostras de algumas espécies nunca mais foram coletadas, ou seja, só são conhecidas pelo que consta na Flora brasiliensis. Para um país que quer conhecer sua biodiversidade, uma iniciativa desse porte é louvável”, afirma o professor.

O projeto Flora brasiliensis on-line é resultado de trabalho conjunto do Jardim Botânico de Missouri, dos Estados Unidos, responsável pela digitalização das imagens; de pesquisadores do Departamento de Botânica do Instituto de Biologia da Unicamp, que coordenam o processo de atualização dos nomes; e do Centro de Referência em Informação Ambiental (Cria), localizado em Campinas, que responde pelo desenvolvimento do sistema.

 

Copeve divulga livros do Vestibular 2007


Comissão Permanente do Vestibular da UFMG (Copeve) divulgou, no dia 7 de abril, a lista dos livros de literatura indicados para o Vestibular 2007. Segundo o coordenador-geral do concurso, professor Marcus Vinícius de Freitas, a escolha das obras privilegiou o cânone das letras nacionais: Machado de Assis, José de Alencar, Cecília Meireles, Murilo Mendes e Nélson Rodrigues. “São dois grandes romancistas do século 19 e dois poetas do século 20. Ao mesmo tempo, buscamos resgatar a excelente prosa de Nélson Rodrigues, faceta ofuscada por sua dramaturgia”, justifica o professor Freitas.

Senhora, de José de Alencar – Apontado como romance da maturidade do autor. Pertence à galeria dos perfis de mulher e ao grupo dos romances urbanos, em que estão representados aspectos essenciais da vida social no Rio de Janeiro da segunda metade do século XIX.
Quincas Borba, de Machado de Assis Publicado em 1891, inscreve-se na segunda fase da carreira do autor. Aborda temas como adultério, exploração humana e loucura.
História do Brasil, de Murilo Mendes Publicado em 1932, é o segundo livro do poeta. Com a obra, Mendes se firmou no espírito modernista dos manifestos de Oswald de Andrade.
Viagem, de Cecília Meireles Publicado em 1939, é tido como o primeiro grande livro da autora, cuja poesia serve de antídoto à brutalidade dos tempos atuais.
A menina sem estrela, de Nelson Rodrigues Conjunto de 80 crônicas publicadas, em 1967, pelo jornal O Correio da Manhã, do Rio de Janeiro. De cunho memorialístico, obra revela a acurada e exigente consciência artística do autor. A edição recomendada para leitura é a da Companhia das Letras, de 1993, que reúne todos os textos.

 

 

Criador do Digital Storytelling na UFMG

Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Escola de Ciência da Informação promove nesta segunda-feira, dia 17, às 14 horas, no auditório Azul da Unidade, conferência do pesquisador norte-americano Joseph Lambert, fundador do movimento internacional Digital Storytelling e diretor do Centro de Digital Storytelling, localizado na Califórnia, nos Estados Unidos.

Na conferência, aberta ao público, o especialista abordará o tema Metodologias de pesquisa e de intervenção social em contextos digitais. Sua vinda é apoiada pela Capes e pelo Instituto de Estudos Transdisciplinares Avançados (IEAT), da UFMG.

Já nos dias 18, 19 e 20 de abril, Lambert ministrará o workshop Memória e tecnologias digitais – enfoque metológico, também na Escola de Ciência da Informação. O curso é baseado no método Digital Storytelling, que apóia profissionais e estudiosos que desenvolvem pesquisas ou projetos de mobilização social mediados por tecnologias. Seu objetivo é promover uma reflexão sobre o uso de mídias digitais nos processos de registro e criação de narrativas orais individuais ou coletivas.

O método foi desenvolvido por Lambert e sua equipe de colaboradores nos anos 90. Foi incorporado ao currículo de escolas e universidades dos 50 estados norte-americanos e de outros 22 países e traduzido em nove línguas. Nos últimos 12 anos, o pesquisador já ministrou 300 workshops e auxiliou diretamente mais de cinco mil pessoas na finalização de vídeos. Além de adaptar o Digital Storytelling para uso em web-sites, CD-ROMs e campanhas sociais, Lambert produziu o principal manual utilizado no curso.