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Nº 1529 - Ano 32
04.05.2006

Arte do Jequitinhonha de volta ao campus

Sétima edição do evento expõe artesanato de 24 municípios da região

Ana Maria Vieira

rgila, bambu, bordados, cerâmica, cestaria, couro, crochê, madeira, palha, cabaça, papel, pintura, tapeçaria, licores, cachaças, produtos alimentícios. A variedade de materiais, base de uma das mais tradicionais manifestações artísticas populares, é apenas um indicativo da diversidade cultural do Vale do Jequitinhonha, que o público belo-horizontino terá oportunidade de conferir no campus Pampulha da UFMG, entre 8 e 13 de maio.

No período, 67 artesãos de 24 municípios da região “invadem” a Universidade para participar da VII Feira de Artesanato do Vale do Jequitinhonha, promovida pela Diretoria de Ação Cultural e Programa Pólo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha. O evento, que em edições anteriores atraiu oito mil pessoas ao campus, tornou-se, em pouco tempo, um dos mais singulares espaços para comercialização de produtos da região e divulgação de suas manifestações artísticas. Só em 2005, as vendas somaram R$ 80 mil.

A Feira também permite a troca de experiências entre artistas e artesãos do Vale com a comunidade universitária, sobretudo da área cultural. Nesse aspecto, a oportunidade aberta pela mostra se revela única no momento em que milhares de estudantes, professores e funcionários da Universidade entram em contato com artesãos de dezenas de municípios da região. Nesse momento, a Feira revela sua face mais generosa: a de ser espaço de encontro entre pessoas e culturas.

Riqueza

Criada em 2000, a Feira de Artesanato integra programa de extensão e pesquisa conduzido pela UFMG na região: o Pólo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha. A participação da Universidade na vida da quarta região mais carente do mundo, localizada no Nordeste de Minas, acontece por meio de ações realizadas junto a prefeituras e a uma série de organizações nas áreas de cultura, educação, meio ambiente, saúde e desenvolvimento regional. Esta edição inicia as comemorações dos dez anos do Pólo, cuja trajetória será discutida em seminário na tarde do dia 11, quando também ocorrerá o lançamento do site do Programa.

O estímulo à comercialização e exposição do artesanato regional é umas estratégias adotadas pela área de desenvolvimento e geração de ocupação e renda, pois se trata de uma das grandes dificuldades do produtor do Vale. A realização da Feira em Belo Horizonte é fruto de estratégia proposta pela Universidade para estender a negociação desses produtos a um público maior.

Conforme explica a coordenadora do Programa Pólo, Maria das Dores Pimentel Nogueira Gonçalves, a Marizinha, a UFMG fornece infra-estrutura gratuita para os expositores, incluindo alimentação, espaço e vigilância. Ela destaca que a iniciativa da Universidade proporcionou alternativa de renda aos artesãos da região, oferecendo-lhes experiência no relacionamento com o público e na fixação de preços para suas peças.

Ainda de acordo com Marizinha, outra vantagem obtida pelos produtores foi o desenvolvimento de competência para constituir cooperativas e associações. “Em 2005, promovemos curso com o Pólo de Cidadania da Faculdade de Direito”, diz a coordenadora, lembrando que os professores convidados eram tanto da Universidade como artesãos do Vale. O curso foi promovido a partir de demanda dos próprios feirantes levantada em 2004. “Nosso trabalho também consiste em dar condições aos grupos de avaliar e fortalecer sua inserção cultural e produtiva”, analisa Marizinha.

Além de artesanato, a Feira do Vale do Jequitinhonha vai proporcionar ao público uma série de espetáculos musicais. Na agenda, estão confirmados shows de Verono e banda, Renato Caetano, Déa Trancoso, Banda de Música do Colégio Militar de Belo Horizonte e Tadeu Franco. As apresentações acontecem sempre às 12h30, de 8 a 12 de maio. O público poderá conferir a programação das atividades na página www.ufmg.br.