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Nº 1531 - Ano 32
18.05.2006

Pólo de Integração no Jequitinhonha
comemora dez anos

m dos programas da Universidade de maior alcance social, o Pólo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha está comemorando 10 anos de fundação. A iniciativa beneficia milhares de habitantes da quarta região mais carente do mundo por meio de 73 projetos nas áreas de cultura, educação, geração de ocupação e renda, meio ambiente, saúde e desenvolvimento regional.
Foca Lisboa

Marizinha e João Antônio de Paula: mudanças estruturais

“O Pólo é um exemplo típico da nossa preocupação com os problemas reais da sociedade brasileira, direcionando o olhar da UFMG para importantes questões sociais do Estado”, afirmou o reitor Ronaldo Pena, durante a cerimônia de abertura das comemorações do programa, realizada no dia 11 de maio, no auditório da Reitoria.

As ações do programa foram tema da mesa-redonda A participação da UFMG no desenvolvimento do Vale do Jequitinhonha, com exposições do professor João Antônio de Paula, da Face, do vice-presidente da Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Jequitinhonha (Ameje) e prefeito de Virgem da Lapa (MG), Averaldo Moreira Martins, e da coordenadora do Pólo, Maria das Dores Pimentel Nogueira.

Segundo João Antônio, o Pólos é um dos primeiros programas sociais da UFMG a transpor as fronteiras da Região Metropolitana de Belo Horizonte. O professor apontou o conceito de desenvolvimento econômico adotado pelo Pólo como a chave do seu sucesso. “Seu objetivo é promover mudanças estruturais capazes de distribuir renda, riqueza e informação”, destacou.

O vice-presidente da Ameje, Averaldo Moreira Martins, classificou como “fantástico” o papel realizado pela UFMG no Vale do Jequitinhonha. “É nítida a intervenção da Universidade na vida dos moradores da região”, observou Martins.

A coordenadora-executiva Maria das Dores Pimentel Nogueira, a Marizinha, relatou as conquistas do programa, que atualmente atinge 56 municípios da região, situada no Nordeste de Minas. “O Pólo concretiza o compromisso social da UFMG de buscar soluções para os problemas da comunidade”, afirmou.

Conhecido por sua grande riqueza cultural e pela pobreza de sua população, o Vale do Jequitinhonha sofre com intenso fluxo migratório, causado, sobretudo, pela pequena oferta de emprego e baixa taxa de urbanização. Marizinha lembrou que a ausência de alternativas profissionais para os jovens é um dos problemas mais graves enfrentados pela região e que será atacado por nova frente de atuação: a criação de cursos de formação profissional em parceria com o Senac.


Juristas da UFMG produzem versão em português
para normas do comércio internacional


m grupo de juristas da Faculdade de Direito foi convidado pelo Instituto Internacional para a Unificação do Direito Privado (Unidroit) a produzir uma versão oficial em língua portuguesa dos Princípios Unidroit para Contratos Comerciais Internacionais, conjunto de regras que regulamenta relações comerciais entre nações.

Esse arcabouço jurídico, baseado em princípios internacionais de direitos dos contratos, existe oficialmente em inglês e francês, além de dispor de versões autorizadas em chinês, russo, italiano e espanhol. Já a versão em português, lançada há 12 anos pelo Ministério da Justiça de Portugal, está “desatualizada e incompleta”, explica o professor João Baptista Villela, coordenador dos trabalhos. Ele comanda uma equipe de quatro profissionais – um professor, um doutorando, um mestrando e um graduado em Direito – de grande conhecimento nas áreas de direito privado em geral.

O Instituto para a Unificação do Direito Privado foi criado em 1926 pela Liga das Nações, com o objetivo de preparar a adaptação, por diversos Estados, de uma legislação uniforme na área do direito privado. A entidade congrega cerca de 60 países, entre eles o Brasil.

Segundo o professor Villela, embora não seja obrigatoriamente adotado pelos estados nacionais, o arcabouço jurídico do Unidroit oferece instrumentos justos e universalmente aceitos de mediação. “Como não sofrem ingerências políticas, os juristas que elaboraram esse conjunto de regras propõem soluções para conflitos comerciais muito próximas das ideais”, afirma Villela.

O trabalho produzido pela equipe da Faculdade de Direito alcançará o Brasil, Portugal, África Portuguesa e todas as outras nações que têm o Português como língua oficial. Conciliar as diferenças lingüísticas é o maior desafio do grupo, na opinião do professor Villela: “Precisamos produzir uma versão aceitável em todos os lugares onde se fala o Português”.

A expectativa é de que a empreitada seja concluída até setembro. A obra, com mais de 300 páginas, conterá normas, comentários e relato de casos para ilustrar situações específicas. O livro será publicado simultaneamente no Brasil e em Portugal, numa co-edição da Livraria Del Rey Editora, de Belo Horizonte, e da Livraria Almedina, de Coimbra.