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Nº 1558 - Ano 33
27.11.2006

Seminário internacional discute
precarização das relações de trabalho

Tatiana Santos

concentração de renda, o desemprego estrutural e a exclusão social são alguns dos desequilíbrios das atuais relações de trabalho denunciados e problematizados durante o IV Seminário Internacional Universidade, Trabalho e Trabalhadores, realizado na UFMG no período de 20 a 24 de novembro.

Foca Lisboa

Horta: conhecimento e classe social


O evento, promovido pelo Núcleo de Estudos sobre o Trabalho Humano (Nesth), foi definido pelo seu coordenador, professor Carlos Roberto Horta, como um ato político e acadêmico. “Procuramos valorizar a relação entre conhecimento e classe social”, disse o professor.

Partindo do tema Globalização, precarização e migrações entre América Latina e Europa: desequilíbrios e reorganização das relações de trabalho, o seminário aglutinou 11 mesas-redondas das quais participaram pesquisadores e líderes sindicais. Entre eles, a professora Martha Roldán, da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais da Argentina. Em sua intervenção na mesa-redonda Globalização, delocalização e responsabilidade social empresarial, ela apontou aquele que seria o principal papel da universidade na construção social. “A instituição tem a função de participar da formulação de novos códigos que orientam a sociedade”, disse Roldán. Segundo ela, o mundo moderno vive um processo que denomina de “capitalismo da informação”, no qual o caráter privado da informação se sobrepõe ao seu valor social.

Migração
A mão-de-obra do migrante foi o tema discutido durante o encerramento do seminário, no dia 24. Na mesa-redonda, debateu-se a necessidade de desenvolver as condições necessárias para manter seus trabalhadores no país de origem. “Mudem o país, em vez de mudar de país”, resumiu o professor Carlos Horta.

O evento reuniu, entre outras personalidades, o secretário-geral da Presidência da República, Luis Dulci; o professor da Unicamp, Márcio Pochman; o professor Rémy Jean, da Université de La Provence (França); Vanderlei Martini, do MST; Juan Carlos Campos, representante do Centro de Investigaciones Psicológicas y Sociológicas, de Cuba; Lúcio Guterres, da CUT; e Valter Zanin, da Universitá degli Studi di Padova (Itália).

 

Utopias agrárias ganha série especial na TV UFMG

TV UFMG exibe, diariamente, até 22 de dezembro, a série especial Utopias Agrárias, produzida a partir de entrevistas com os participantes do seminário de mesmo nome, realizado na Universidade no período de 7 a 10 de novembro. Os programas vão ao ar às 12h e 18h45, nos canais 12, da NET, e 14, da Way TV.


A psicanalista Maria Rita Kehl foi uma das entrevistadas na série especial da TV UFMG

Foram produzidos dez programas com personalidades ligadas à questão agrária no Brasil, como o ministro Guilherme Cassel, do Desenvolvimento Agrário; o teólogo Leonardo Boff; o líder camponês Manoel da Conceição Santos; Jean Hebette, da Universidade Federal do Pará; Maria Luzia Sidônio, presidente da Associação de Quilombo “Os Luizes”, de Belo Horizonte; e a escritora e psicanalista Maria Rita Kehl.

A série foi produzida por equipe da TV UFMG e rádio UFMG Educativa – Soraya Fidelis, Lucas Ávila e Lucas Melo – e é apresentada por Thays Prado. A coordenação ficou a cargo de Marcílio Lana, diretor-assistente do Cedecom, Tacyana Arce, coordenadora de jornalismo da rádio UFMG Educativa, e Mário Quinaud, coordenador da TV UFMG.

Além da série da TV UFMG, o Cedecom também produziu um site (www.ufmg.br/utopiasagrarias), que abriga os conteúdos dos programas do canal universitário e de matérias preparadas pela rádio UFMG Educativa e pelo BOLETIM.

Promovido pela UFMG em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, Utopias Agrárias é um desdobramento de pesquisas desenvolvidas pelo Projeto República que mostram a conformação do ideário republicano ao universo agrário. Os estudos resgatam experiências utópicas que começaram no século 19, como Canudos, na Bahia, e que avançaram pelo século 20, como as Ligas Camponesas, lideradas por Francisco Julião. As mesas de debates reuniram pesquisadores de instituições brasileiras e internacionais, para discutir temas como a imaginação brasileira e o sentimento de reforma agrária, Estado e cidadania para o sertão e questão agrária e ambiental.