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Nº 1569 - Ano 33
19.3.2007

Chocolate

Só quero chocolate!

Evento promovido pelo CDC revelará mitos e verdades sobre aquele
que é considerado por muitos o mais delicioso dos alimentos

Fernanda Cristo

P

ara os cristãos, Páscoa é a comemoração da ressurreição de Cristo. Para as crianças, é dia de ganhar ovos de chocolate. Os comerciantes aproveitam a data para reforçar suas vendas. E o Centro de Difusão da Ciência da UFMG (CDC) vale-se da cultura de distribuição de ovos de chocolate como meio de popularizar conhecimentos científicos.

Em parceria com as faculdades de Farmácia e Medicina, Escola de Enfermagem, Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Escola Maria Chocolate e o Spa Outeiro de Minas, o CDC ajudará a desvendar a química do chocolate, durante evento que será realizado na Praça da Liberdade, no próximo sábado, dia 24 de março.

Tendas didáticas
Das 9 às 16h, o público poderá passear por cinco espaços diferentes. Na tenda do saber, haverá exposição de pesquisas relativas ao alimento milenar desenvolvidas nas universidades. Já na tenda dos mitos e verdades, as pessoas descobrirão, por exemplo, se produtos capilares à base de chocolate são realmente eficazes. “Não queremos vulgarizar o conhecimento científico, mas desmitificar questões presentes no cotidiano da população”, esclarece a diretora do CDC, professora Tânia Margarida Costa.

Outras três tendas são a de contos, onde haverá contação de histórias a cada duas horas; a de estética corporal, na qual serão expostos produtos cosméticos à base de chocolate; e a dos sentidos, que permitirá ao público entender como os sentidos humanos são “ativados” pelo chocolate. Deste último espaço participarão integrantes do projeto de extensão Neuroeduca, do ICB.

Quem comparecer à Praça da Liberdade no dia 24 também poderá participar de duas oficinas – degustação e fabricação – oferecidas, respectivamente, pelo Senac e pela Escola Maria Chocolate. Na primeira, além de experimentar coquetéis sem álcool, os participantes aprenderão a diferenciar os tipos de chocolate.

As inscrições, gratuitas, serão feitas no dia da atividade. “A idéia é que as pessoas se encontrem para falar sobre ciência. A Universidade realiza vários eventos que atraem a comunidade para o campus; desta vez vamos levar a UFMG às ruas”, comenta a diretora do CDC.

Alimento dos deuses
O nome cientifico do cacaueiro, árvore que produz a principal matéria-prima do chocolate, é Theobroma cacao. Em grego, Theobroma quer dizer alimento dos deuses. O vegetal é nativo das regiões tropicais da América Central e do Sul.

Sua origem é desconhecida, mas os pesquisadores afirmam que, há mais de três mil anos, povos pré-colombianos, como os astecas e maias, misturavam as sementes torradas e moídas do cacau em água quente ou vinho e temperavam a bebida com baunilha, pimenta e outras especiarias. O resultado era uma espécie de chocolate quente bastante amargo.

O primeiro europeu a ter contato com o fruto do cacaueiro foi Cristóvão Colombo. Ele levou algumas sementes para seu continente em 1502, mas apenas alguns anos mais tarde, quando o navegador Hernando Córtez presenteou o rei espanhol com grãos de cacau, o chocolate passou a ser bebida da moda entre os nobres da Europa.

Hoje, a Suíça é o país onde mais se consome chocolate, com média de 10 quilos por habitante ao ano. No Brasil, o consumo per capita é de dois quilos anuais. O país, aliás, já foi o principal produtor de cacau do mundo, mas a atividade, concentrada no Sul da Bahia, encontra-se em franca decadência. Localizadas nos municípios de Ilhéus e Itabuna, 95% das lavouras foram infectadas pela vassoura-de-bruxa, praga que chegou à região em 1989.