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Nº 1614 - Ano 34
16.06.2008

Reuni reabre canteiros de obras na UFMG


Universidade se prepara para receber 11 mil novos alunos, professores e funcionários até 2012

Ana Maria Vieira

Um problema paradoxalmente positivo ronda a UFMG. Diante de recursos garantidos para investimentos nos próximos quatro anos e da decisão de aumentar suas vagas na graduação em 45%, a Instituição corre contra o relógio para executar obras de infra-estrutura física capazes de prover espaço adequado aos seus novos integrantes. “Se não terminarmos parte do trabalho até 2010, encontraremos dificuldades para abrigar essa população, que começará a chegar ao campus no início do próximo ano”, calcula o professor José Nagib Cotrim Árabe, pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento.

A preocupação é contrabalançada, no entanto, por perspectivas reais de expansão das atividades da UFMG e, no aspecto administrativo, por detalhado planejamento de um conjunto de obras que modificará, de modo irreversível, a ocupação e a rotina nos campi Pampulha e de Montes Claros.

Elas abrangem construções, ampliações e reformas de unidades de ensino, e vão conviver com outras obras destinadas a realizar adaptações em redes sanitárias (que já estão em andamento), reestruturar o restaurante universitário, criar espaços para o almoxarifado central e implantar bacia de contenção de enchentes provocadas pelo córrego Engenho, dentro do campus Pampulha. De acordo com a pró-reitora de Administração, Ana Maria Motta Rodrigues, este último trabalho integra etapa do Drenubs (Programa de Recuperação Ambiental e Saneamento dos Fundos de Vale e Córregos em Leito Natural de Belo Horizonte), e será executado pela Prefeitura.

Resultado do Programa de Apoio aos Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), os projetos para ampliação da infra-estrutura de ensino da graduação na UFMG foram aprovados pelo Conselho Universitário no final de 2007. Eles deverão atender, até 2012, dez mil novos alunos matriculados, predominantemente no período noturno. Atualmente, há cerca de 22 mil estudantes de graduação na Universidade. Os números relativos à sua futura população incluem 300 professores e 400 funcionários
técnicos e administrativos adicionais, que já estão sendo selecionados por meio de concurso público.

De acordo com o cronograma do Reuni na UFMG, o Vestibular 2009 abrirá as portas para o primeiro contingente de alunos, correspondente a 1.200 novas vagas. “Em 2010, serão oferecidas outras mil vagas”, detalha Nagib, esclarecendo a urgência de sua equipe em concluir os projetos arquitetônicos e outros estudos necessários à sua execução. De acordo com o pró-reitor, serão investidos R$ 72,8 milhões nas obras de infra-estrutura até 2012.

Desse total, R$ 8,5 milhões já estão no caixa da UFMG. O valor vai financiar tanto novas edificações como reformas em unidades existentes e ampliações na Escola de Belas-Artes e no Instituto de Ciências Agrárias, em Montes Claros. Além dos recursos para esses investimentos, outros R$ 55 milhões de um total de R$ 95 milhões, também provenientes do Reuni, serão destinados a pagamento de salários de professores e servidores, bolsas de mestrado, doutorado, pós-doutorado e professor visitante. “Os outros R$ 40 milhões serão incorporados ao orçamento para custeio da Universidade”, diz o pró-reitor. A cada ano, eles vão se somar aos atuais R$ 69 milhões recebidos pela UFMG.

Atividades didáticas

No quesito novas obras, a previsão é que os trabalhos comecem em setembro, com a construção dos prédios dos centros de atividades didáticas (CADs) de Ciências Naturais e de Ciências Humanas. Um terceiro Centro se destinará às Ciências Exatas, mas seu projeto arquitetônico não foi concluído.

Os edifícios, com quatro andares, vão abrigar atividades de graduação dessas grandes áreas. O de Ciências Naturais será construído no espaço do estacionamento do ICB, ao lado do prédio da Biblioteca Central. Segundo a Pró-Reitoria de Administração, o local comporta 280 veículos. O déficit será compensado com abertura provisória de 500 novas vagas no estacionamento do Mineirão. De acordo com a professora Maria Lúcia Malard, que coordena o trabalho de planejamento físico e projetos da Pró-Reitoria de Planejamento, com a conclusão do CAD de Ciências Naturais, as vagas para carros serão aumentadas para 360.

O edifício terá 24 salas com capacidades variadas – 40, 60 e 80 lugares –, dois auditórios para 250 assentos e outro para 750, o maior do campus Pampulha.

Já o CAD de Ciências Humanas, a ser construído na área gramada ao fundo da Faculdade de Letras (Fale), comportará 60 salas também de tamanhos diferentes e dois auditórios com 200 lugares, cada um. “Seguiremos a linha das edificações do Campus 2000, para oferecer espaços econômicos, mas que sejam agradáveis, oferecendo eficiência energética e conforto ambiental e acústico”, diz a professora, sobre a concepção que norteará a construção dos CADs. Segundo seus cálculos, os dois centros vão oferecer 5,5 mil lugares simultâneos para atividades didáticas, a cada turno do dia.

cad
Maquete do CAD de Ciências Humanas: projeto segue linha arquitetônica dos prédios do projeto Campus 2000