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Nº 1659 - Ano 35
29.6.2009

Caminho longo e difícil

Acervo do curso de Teatro
Professores e alunos montaram diversos espetáculos

Foi um longo caminho percorrido até a implantação do curso de Teatro na UFMG, culminando com a aula inaugural da atriz Marília Pêra, em abril de 1999, no auditório da Escola de Belas-Artes. O desejo é antigo. Durante mais de três décadas, dezenas de grupos foram nomeados para levar a cabo a criação do curso que este ano completa dez anos de atividade. “Essas iniciativas enfrentaram dificuldades de várias ordens, ligadas a infraestrutura, pessoal e recursos, por exemplo”, recorda a professora Leda Maria Martins, da Faculdade de Letras, que presidiu a comissão que finalmente teria sucesso.

Convidada pelo então reitor Tomaz Aroldo da Mota Santos, Leda Martins trabalhou a partir de novembro de 1997 ao lado dos professores Sara Rojo, da Fale, Fernando Mencarelli (então no Teatro Universitário) e Bia Braga (também do TU). Era final de gestão e o reitor fazia questão de deixar o projeto bem encaminhado. “A criação do curso deve muito ao empenho do professor Tomaz, e a comissão trabalhou de forma incansável”, conta Leda.

Contando com o compromisso da gestão seguinte, do reitor Francisco César de Sá Barreto, o projeto enfrentou percurso “difícil e exaustivo”, segundo Leda Martins, antes da aprovação pelos conselhos superiores. E o curso foi criado ainda sem local indicado para funcionamento. A etapa seguinte, a da implantação do curso, também foi liderada pela professora Leda, e uma nova comissão se encarregou de preparar o primeiro vestibular e os concursos para contratação de professores, além de fechar as negociações sobre a sede, até a solução envolvendo a EBA (nos primeiros tempos, o curso ocupou dependências do TU, no prédio ao lado da antiga Fafich, no bairro Santo Antônio, em Belo Horizonte).

“O currículo do curso de Teatro foi o primeiro a seguir a tendência da flexibilização. Tinha disciplinas, entre outras unidades, na FaE, na Fale e na Escola de Música, aproveitando a capacidade instalada da UFMG”, comenta Leda Martins, que chegou a coordenar o curso até agosto de 99 e está envolvida como professora até os dias de hoje. Ela recorda que a graduação teve “uma primeira turma maravilhosa” e ressalta aspecto que chama a atenção de outras escolas desde a fundação. “O curso forma o intérprete-pesquisador, que atua e desenvolve a reflexão. Uma aliança fértil que faz da arte produtora de conhecimento”, define a professora.