Apresentação

UFMG, 90 ANOS

A UFMG dá início às comemorações de seus 90 anos de existência, que serão completados em 7 de setembro de 2017. Para isso, preparou uma agenda que revela o que ela tem de melhor: o respeito à sua história e à memória de professores, servidores e estudantes que construíram a Instituição; a vocação para a proposição do debate e da reflexão que apontam para o futuro; a valorização do ensino, da pesquisa e sua relevância social.

A Universidade dá as boas-vindas a este ambiente, que vai reunir todas as informações sobre o período de comemorações, estreitando laços com as comunidades próximas e com o mundo e reafirmando seu compromisso com a construção de um país melhor, mais inclusivo e equânime.

Encontros, publicações e exposições vão contar a história da UFMG, que remonta, de certa forma, a 1839, quando foi criada, em Ouro Preto, a Escola de Farmácia, primeira instituição de nível superior do estado. Projeto político dos Inconfidentes, a Universidade de Minas Gerais (UMG) foi fundada em 1927 e assumida pelo governo federal em 1949 – o nome e a sigla atuais seriam adotados apenas em 1965.

A trajetória da UFMG é feita do esforço conjunto pela unidade, ao longo das primeiras décadas; da ocupação do campus Pampulha, nos anos 1960; das reformas efetivadas na década seguinte – como a criação dos departamentos e a adoção da matrícula por disciplina.

Atualmente, a UFMG conta com 20 unidades acadêmicas, distribuídas nos campi Pampulha, Saúde e Montes Claros. Também integra a Universidade o Campus Cultural em Tiradentes.

Eventos e produtos relacionados ao aniversário vão recordar a presença da UFMG em fases cruciais da história recente do Brasil. Estudantes, técnicos, professores e dirigentes da Instituição resistiram, de formas diversas, às arbitrariedades do regime implantado com o golpe civil-militar de 1964. Mais tarde, engajaram-se também na luta que levou à anistia dos exilados e à rearticulação de entidades estudantis e centros de estudos, que haviam sido desmobilizados. E se dedicaram ao debate que guiou a elaboração da Constituição de 1988.

Por caminhos diversos, a Universidade vai mostrar, ao longo dos próximos meses, o que a constitui. Uma comunidade de 3.150 professores, 4.442 servidores técnico-administrativos em educação e mais de 65 mil estudantes se organiza em torno de 75 cursos de graduação, 80 programas de pós-graduação – avaliados entre os melhores do país e abrangendo todas as áreas do conhecimento – e mais de 750 núcleos de pesquisa. Suas atividades de extensão levam conhecimento e oferecem novas perspectivas a um público estimado em 3 milhões de pessoas. Suas pesquisas resultam em número cada vez maior de artigos e citações em publicações de alto impacto internacional. Em 2016, a UFMG alcançou 1076 depósitos de patentes, o que lhe rende posição de liderança entre as instituições de ensino superior do país.

A UFMG tem aparecido com destaque em avaliações nacionais e internacionais, com diferentes critérios de análise. Como poucas instituições, a Universidade tem procurado cada vez mais trabalhar em redes (de ensino, pesquisa e extensão), assim como divulgar ciência para crianças e adultos, interagir com a comunidade externa e com empresas, como atesta sua participação decisiva no Parque Tecnológico de Belo Horizonte, o BH-Tec.

Na mesma linha, a UFMG se orgulha de se mover por convicções que transcendem os indicadores tradicionais de produtividade acadêmica. A cultura tem ocupado, nos últimos anos, um novo lugar no cotidiano dos campi, tornando-se parte integrante da formação dos nossos estudantes, aliada ao ensino, à pesquisa e à extensão.

A Instituição se abre ainda aos saberes tradicionais – o conhecimento trazido por indígenas e quilombolas, entre outros grupos, enriquece currículos acessíveis a todos os cursos, tornando a UFMG cada vez mais inclusiva e aberta à diversidade.

O público que desfruta e produz esse imenso universo de possibilidades é cada vez mais amplo. Mais do que abrir vagas e viabilizar o acesso de novos estratos da sociedade, por meio do sistema de cotas, a UFMG procura garantir a permanência de estudantes cotistas por meio de um programa de assistência integral, que vai da alimentação gratuita e moradia à aquisição de material pedagógico de alto custo. E esses alunos ganham também a companhia de jovens indígenas, cada vez mais numerosos nas salas e corredores de todos os campi.

O intenso diálogo com pesquisadores e universidades estrangeiras que tem marcado a atuação da UFMG é característica forte também da agenda de comemorações. Pensadores e cientistas estrangeiros vêm trazer sua contribuição para a reflexão e o debate sobre o futuro de um mundo que enfrenta desafios enormes, como a necessidade de produzir mais alimentos, cuidar do meio ambiente e solucionar impasses como o dos movimentos migratórios, que suscitam intolerância e violência. E, principalmente, pensar o ensino superior público e gratuito, de qualidade e relevância – instrumento essencial para a construção de nosso país.

Essa é a UFMG de Minas e do Brasil, que se internacionaliza, que aposta na transdisciplinaridade, que se aproxima de comunidades, tão distantes até muito pouco tempo atrás, e que incorpora ao glossário de seu dia a dia, de maneira definitiva, a palavra solidariedade. Essa é a UFMG que está prestes a completar 90 anos.